O campeão de votos mineiro Aécio Neves, tucano realista e com autonomia de vôo, não teme colocar-se na contramão da opinião dos cardeais do partido ao ratificar a implausibilidade de Geraldo Alckmin bater Luiz Inácio, no dia 29.
Alckmin, no arrazoado do governador reeleito de Minas com uma carrada de votos que, literalmente, soterrou o petista Nilmário Miranda, homem ligado aos direitos humanos e à defesa de presos políticos, reconheceu que o candidato do PSDB não enfrenta um concorrente comum, mas um autêntico ?mito?.
A Polícia Federal apura a verdade sobre o dossiê Vedoin, auxiliares do presidente estão afundados até o pescoço na trama, o presidente do PT e coordenador da campanha do presidente, deputado Ricardo Berzoini, foi afastado de ambas as funções e, se não bastasse a sucessão de infortúnios, suspeita-se que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tenha ordenado à Polícia Federal certa ?displicência? na investigação do novo escândalo protagonizado pelos abomináveis servidores do Planalto.
Passando ao largo das adversidades que fariam qualquer outro beijar a lona, na última pesquisa Lula bateu o tucano por 20 pontos percentuais na contagem dos votos válidos. Ou seja, não perderia a eleição nem com toda a mandinga do candomblé haitiano ou a reza braba dos pais-de-santo brasileiros em bloco.
O mito da política brasileira no início do século é homem iletrado e com dificuldades de expressão, mas profundo conhecedor dos segredos das almas simples e das agruras de um povo sofredor. Por essas e outras vai levar mais uma vez.