O fim da guerrilha

A ação bem-sucedida do exército colombiano ao libertar quinze seqüestrados, entre eles a ex-senadora Ingrid Betancourt, parece significar o início do fim da narco-guerrilha na América Latina. A ousadia e a irresponsabilidade das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) eram os símbolos na resistência da luta armada no continente pelo menos para alguns outros ousados e irresponsáveis.

As reações dos líderes dos principais países da América confirmam a falta de apoio (pelo menos externamente) à narco-guerrilha das Farc. Duas manifestações expressivas foram de ?comandantes? que geralmente são simpáticos aos guerrilheiros.

Fidel Castro, agora a eminência parda de Cuba, disse que ?civis nunca deveriam ser seqüestrados, nem militares deveriam ser mantidos como prisioneiros nas condições da selva. Eram fatos objetivamente cruéis. Nenhum propósito revolucionário justifica isto?.

O presidente da Venezuela Hugo Chávez, que chegou a dar apoio logístico às Farc, também foi categórico: ?Felicitamos a Colômbia. Liguei para Uribe e o felicitei. Continuamos à disposição para ajudar até que se libere o último refém da guerrilha colombiana e para conseguir a paz, a paz plena na Colômbia?.

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi importante. Lula afirmou que o continente vive um período de plena democracia, e que por isso não há razão para que exista luta armada na América. ?Aqui na América do Sul, na América Latina, não existe nenhuma razão para alguém querer chegar ao poder pela via armada, porque a democracia reina neste continente, todas as forças políticas se organizam em partidos políticos.?

São frases fortes, impactantes. Não há pessoa racional que apóie atos como os das Farc.E é por isso que se pode prever, sem o apoio ou incentivo de governo, o ocaso dos narco-guerrilheiros. A não ser queum ?neopopulista?, como o presidente do Equador, Rafael Correa, queira inventar moda e prejudicar a saída democrática para um dos problemas mais candentes do continente.

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