Um modo de visualizar nossa auto-estima é imaginando as peças de um grande dominó cuidadosamente montadas uma do lado da outra, com belas e variadas formas. Todavia, basta que seja derrubada apenas uma peça para que todas as outras sigam o mesmo caminho.
Nossa auto-estima se fortalece com atitudes positivas e sucumbe com as atitudes negativas. Para a auto-estima, ou se é inteiro ou não se é nada. Podemos até enganar os outros no jogo das aparências, porém não conseguimos enganar nossa auto-estima. Na verdade, a consciência é o nosso juiz mais severo porque nos julga com a mesma medida que julgamos os outros.
E desse juízo, constante e implacável, ninguém escapa. Por essa razão, ninguém que pratica atitudes negativas tem boa auto-estima. Muito ao contrário, vive num inferno, pois elas destroem a imagem que se tem de si mesmo. E julgar-se mal é o pior dos flagelos da alma humana.
Contudo, somos humanos e atitudes negativas são inevitáveis, apesar das nossas boas intenções. Ou seja, nossa auto-estima vive se desmoronando no chão. Então, se não há como evitar as quedas, a solução é conviver com elas, procurando ter mais auto compaixão (não auto condescendência) porque sem perdão vive-se preso ao erro. Sem perdão somos nosso próprio carrasco.
Por ter uma estrutura muito frágil, nossa auto-estima não consegue manter-se intacta, por isso devemos aprender a remontá-la seguidamente, com a interessante possibilidade de mudar a sua forma. Aliás, a graça do dominó é justamente essa.
Djalma Filho é advogado
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