O principal destaque da política paranaense às vésperas do início da campanha municipal é a formação de uma ampla frente de apoio ao atual prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que tentará a reeleição. Já candidato favorito nas pesquisas, conseguiu o apoio de PDT, PPS, PP, PSB, DEM e outros ?nanicos?. Terá o maior tempo de horário eleitoral gratuito, e trouxe para sua aba partidos e políticos de grande importância.
A ?frentona?, que gerou acusações de outros partidos e é comemorada pelos assessores do prefeito, encaminha a oposição ao atual governador para um candidato único na eleição ao governo do Paraná em 2010. Que seria, pelo menos para PSDB, PDT e possivelmente DEM e PSB, o senador Osmar Dias (PDT), que na última eleição perdeu por meros dez mil votos no segundo turno para Roberto Requião (PMDB).
Osmar chegará em 2010 no auge de sua carreira política, turbinada pelos dezesseis anos no Senado Federal e pela boa votação na eleição passada. Larga, a princípio, como favorito e sem adversário definido, pois a base governista não parece ter nome forte para disputar o governo – problema de quem se perpetua como líder único e sequer prepara ?herdeiros?, preferindo indicá-los ao bel-prazer.
Até aí, está tudo certo para a turma da ?frentona?. Mas, sussurros de lá e de cá indicam alguém que foi excluído na história, o senador Alvaro Dias (PSDB), que deve ter a pretensão de ser candidato ao governo paranaense em 2010. Ele tem seus motivos: é o político mais popular do Estado (teve a maior votação entre todos os candidatos majoritários e proporcionais em 2006), tem a experiência de já ter ocupado o Palácio Iguaçu e ainda é jovem para encarar uma campanha desgastante como a que se prenuncia.
Mas a forma como o arco de alianças para reeleger Beto Richa foi criado, vislumbra-se uma seqüência (nos planos da oposição) de Osmar Dias e do próprio Beto no governo do Paraná. Resta saber se Alvaro, tão combativo nos fronts de Brasília, vai aceitar esta possível derrota sem brigar.