O desastre da seca

A Comissão Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura responsável pelo acompanhamento das safras agrícolas, fechou o mais recente levantamento das principais culturas de verão, anunciando a quebra de 9% na estimativa das colheitas de verão.

Técnicos da Conab estiveram em vários pontos da região Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás, a fim de averiguar a extensão dos prejuízos causados pela estiagem prolongada. No final do ano, a estimativa de safra era de 131,9 milhões de toneladas de grãos e leguminosas, mas a seca cortou cerca de 12,4 milhões de toneladas da projeção anterior.

De acordo com a avaliação do presidente da Conab, Jacinto Ferreira, esta será a maior redução de safra causada por estiagem da história agrícola brasileira. Fato lamentável por excelência, tendo em vista a redução para 119,2 milhões de toneladas a estimativa da safra atual.

As maiores perdas se deram nos cultivos de milho (-7,5%), feijão (-5,2%) e sorgo (-5,1%). A soja também foi bastante atingida pela seca, mas terá desempenho apreciável pelo aumento da área plantada (+7% ou 1,6 milhão de hectares), em relação à safra passada. Apesar da seca, a estimativa é de 53,119 milhões de toneladas, dada a compensação do aumento da produtividade no Maranhão, Tocantins, Minas Gerais, Piauí e Bahia.

Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, em conjunto, perdem na safra de soja cerca de 8,8 milhões de toneladas. Um desastre.

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