Quando vim para Curitiba estudar no Grupo Anexo, onde hoje se localiza o Instituto da Educação, ali na Emiliano Perneta, preparando-me para ingressar no Liceu Rio Branco, uma agremiação futebolística chamava a atenção.
Era o Clube Atlético Ferroviário, que fora campeão em 1937, repetindo o feito no ano seguinte, justamente o da minha chegada.
Recordo-me, perfeitamente, do consagrado time, assim constituído: “Luiz, Zeca e Alfreu; Baiano Ferreira e Janguinho; Bananeiro, Ari Carneiro, Emédio, Pivo e Rubens”.
Com que emoção assistia aos jogos do meu querido Ferroviário, quase sempre na “Vila Capanema” e que tantas glórias conquistou, a exemplo do campeonato do ano do “Centenário do Paraná”, 1953, quando brilharam, sobremodo, “Robertinho”, Tico e Marcelino; Nelsinho, Toca Fundo e Alceu; Maurílio, Isaúldo, Juarez, Afinho e Alceu”.
O tempo foi passando e, ingressando na magistratura, desloquei-me para o interior do Estado, sempre acompanhando as campanhas do “Clube do Coração”.
Lembro-me que, juiz de Direito em Astorga, divisa com Jaguapitã, onde judicava Adolpho Kruger Pereira, o “Afinho”, com ele me encontrava, seguidamente, relembrando as suas glórias e de nosso “Ferroviário”.
Mais tarde, o Ferroviário fundiu-se com o Britânia e o Palestra Itália, originando o “Colorado”.
O fato não diminuiu a minha paixão, que só cresceu, ainda com a união “Colorado – Pinheiro”, que resultou no “Paraná Clube Brasil”, campeão em 1991, pentacampeão em 93/94/-95/96/97 e campeão brasileiro em 1992, no torneio classificatório nacional.
Quantas emoções vivi, acompanhando as campanhas vitoriosas!
Dos antigos ídolos, privei da amizade, por exemplo, do vigoroso zagueiro Zeca, que participava do Centro de Letras do Paraná, que presido, a cujo funeral compareci; do Emédio, centroavante rompedor, oficial de Justiça de saudosa memória; do Branco, eficiente e técnico lateral, também oficial de Justiça, que me obsequiou com a sua camisa quando parou de jogar. Vez por outra encontro com o filho do Ari Carneiro, que foi meu aluno na Fesp e com ele rememoro as jogadas magistrais do grande meia-direita…
Não é possível, em razão do espaço, dar vazão a todas as lembranças que invadem meu coração…
Contudo, entristece-me a campanha do meu querido Paraná, no Campeonato Nacional, agora ocupando, perigosamente, na zona do rebaixamento.
Urge que ocorra total recuperação, porque um clube de tão gloriosas tradições merece figurar na elite futebolística brasileira.
Confio no esforço dos dirigentes e atletas.
É preciso muita aplicação e determinação.
Avante Paraná!
Que o futuro nos seja promissor!
Luís Renato Pedroso
é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná e conselheiro do Paraná Clube.