O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, hoje deputado federal pelo PT paulista, é uma voz que deverá se impor nas discussões sobre política econômica no âmbito do Congresso Nacional. Ele integra a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, à qual levará o peso de sua influência e ligações pessoais com a equipe econômica do governo.
De certa forma, Palocci não teve receio em admitir o óbvio, daí a surpresa de muitos, ao afirmar que o sistema tributário brasileiro, além de elevado – 38,8% do PIB, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – é de má qualidade porque penaliza as empresas maiores e mais organizadas, sobretudo por seu excesso de burocracia e lentidão.
Palocci propõe medidas imediatas para a desoneração do investimento produtivo para induzir a melhoria palpável do ambiente dos negócios, tendo em vista que a inflação está controlada, os juros continuam caindo e as contas externas estão equilibradas. Todos esperam que o ex-ministro seja um incansável defensor da consolidação dessas medidas em sua atuação parlamentar.
O cenário imaginado pelo deputado prevê a implantação gradativa do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e até a cobrança unificada do ICMS no destino, itens ainda dependentes do consenso dos governadores estaduais.
Palocci acabou de lançar um livro sobre sua passagem pelo governo e, destarte, é possível supor que esteja apenas a fim de atrair os holofotes…
