O caminho da paz

O fim das operações militares entre Israel e Palestina foi anunciado ontem pelo primeiro-ministro Ariel Sharon e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina. O ato formal ocorreu no centro turístico egípcio de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, com o referendo do presidente Hosni Mubarak. A esperada notícia foi imediatamente transmitida para o mundo pelas agências internacionais.

O anúncio da trégua vem sendo negociado há pelo menos três semanas por representantes de Israel e da Autoridade Palestina, cabendo a cada um dos lados a tarefa de envidar todos os esforços para assegurar um forte compromisso com o fim das hostilidades.

A eleição do moderado Mahmoud Abbas, para substituir o lendário Yasser Arafat na presidência da Autoridade Palestina, contribuiu em grande medida para a distensão hoje observada no Oriente Médio, abrindo também a possibilidade afinal anunciada da celebração da paz entre dois povos, cuja origem é o patriarca Abraão.

Há muito trabalho pela frente na reconstrução plena do entendimento respeitoso entre árabes e israelenses. Comitês serão formados para tratar de interesses comuns e coletivos, de ambos os lados, como a liberação de áreas ocupadas por Israel e a soltura de prisioneiros palestinos. Assuntos delicados pelas marcas profundas deixadas em ambos os povos, mas superáveis pelo bom senso e renúncia de antigos ressentimentos.

Caso prevaleça a boa vontade entre as duas nações esgotadas pela violência – esse é o clamor mundial – a fraternidade possível terá alcançado uma de suas mais elevadas conquistas. A longa estrada percorrida até aqui semeou mortes e ódio entre seres humanos, mas a força do bem supremo da igualdade solidária haverá de triunfar.

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