A demora de quase 90 dias para a revelação dos novos ministros do segundo governo Lula, pelo menos no que diz respeito ao ex-futuro ministro da Agricultura, deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR), foi escandalizada por recíproca tanto abrupta quanto avassaladora.
Balbinotti ?esteve? ministro por algumas horas e sua fritura começou com o constrangimento de ter a posse adiada para a próxima quinta-feira, tendo em vista a revelação do processo por falsidade ideológica que o referido parlamentar está respondendo perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
Não haverá mais posse, porquanto a intensidade da repercussão que o assunto teve na mídia e o conseqüente desgaste que haveria de contaminar todo o ministério forçaram-no a abrir mão do convite feito pelo presidente da República.
O presidente, para dar de barato, bem poderia ter sido poupado da saia justa pelo próprio partido responsável pela indicação, o PMDB, até pela razão elementar do conhecimento obrigatório da situação jurisprudencial do quadro oferecido para integrar o primeiro escalão do governo.
Não sem razão, o breve ministro apontou a volúpia de adversários políticos como causa primária de sua desistência. Somente no PMDB há meia dezena de deputados de olho gordo no cargo…