Nurce recebe documentos sobre funcionários da Junta Comercial

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) recebeu parte dos documentos da Junta Comercial do Paraná que podem identificar os funcionários envolvidos na alteração contratual irregular do Village Batel. “Os documentos podem elucidar algumas contradições detectadas nos depoimentos dos funcionários, como, por exemplo, quem esteve no local onde foi produzida a nova documentação do bingo naquele dia”, revela o delegado do Nurce, Miguel Stadler.

Também foi enviado um ofício à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para que seja cedida uma cópia dos autos que embasaram a liminar do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e que permitiriam a abertura do bingo Monte Carlo (novo nome do bingo Village Batel), em Curitiba. Essa informação ajudaria a comprovar se o documento, conseguido de maneira irregular, foi usado para conseguir a liminar.

Nesta terça-feira, à tarde, o delegado vai ouvir mais três funcionários da Junta Comercial. “Eles não estariam ligados ao crime, mas teriam informações relevantes sobre os nossos principais suspeitos”, diz o delegado. Ele afirma que já existem pelo menos dois suspeitos de terem participado da operação. “Mas nada impede que tenham mais gente envolvida”, esclarece.

Está prevista para quinta-feira, uma acareação entre cinco funcionários da Junta. “Precisamos colocá-los frente a frente para que as informações que se contradizem sejam esclarecidas”, argumenta. Em dez dias de investigação, foram ouvidas mais de quinze pessoas.

Etapas

Segundo Stadler, a investigação está dividida em duas fases. A primeira, implica a identificação de quem realmente participou da fraude e como ela foi realizada. “A partir daí poderemos ter a certeza da possibilidade de corrupção de funcionários da Junta.

Numa segunda fase, que pretendemos iniciar na próxima semana, faremos investigações com relação ao uso do documento criado na junta comercial, que foi usado para conseguir a liminar para abrir o bingo. Precisamos, também, verificar se houve fraude processual contra a Justiça Federal”, relata. Se esse crime for identificado, a Polícia Federal também entrará nas investigações, já que a liminar foi concedida pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região.

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