Cinco procuradores da Procuradoria Geral do Estado foram ouvidos pelos policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce). Os depoimentos aconteceram durante esta quinta-feira (20), quando eles esclareceram como funcionava o sistema de recebimento dos honorários. Eles negaram qualquer tipo de desvio de verbas por parte dos procuradores. Todos se comprometeram com a polícia a abrir seus sigilos fiscais e bancários, além de abrir voluntariamente os sigilos da Associação dos Procuradores do Estado do Paraná (Apep) e do Fundo da Procuradoria Geral do Estado, para colaborar com as investigações.

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De acordo com o delegado Francisco Caricati, ?os procuradores buscaram comprovar que as alegações de Jozani eram falsas?. Segundo ele, todos se comprometeram a entregar os documentos bancários e fiscais nos próximos dias para que sejam avaliados e anexados ao inquérito policial.

Caricati ainda revelou que uma das procuradoras que prestou depoimento nesta quinta-feira (20), fez parte da comissão de sindicância instaurada pela PGE para apurar irregularidades relacionadas aos desvios de verbas pela ex-funcionária Jozani Prado Santos. ?Ela confirmou em depoimento que a sindicância apurou que Jozani agia por conta própria e recebia de contribuintes as verbas destinadas ao fundo da procuradoria, depositando o dinheiro em uma conta própria, numa agência da Caixa Econômica Federal do Fórum Fazendário?, contou.

Agora a polícia ouvirá treze oficiais de justiça que foram citados no inquérito. Também será feita uma acareação entre Jozani e uma oficial de justiça, já afastada pela PGE, que, segundo Jozani, fazia parte do esquema de desvio de dinheiro. ?Também faremos uma análise de toda a documentação coletada até agora?, disse.

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Segundo o delegado, ?todos os procuradores informaram que entrarão com um processo criminal contra Jozani por calúnia, injúria e difamação?.

Acusação

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A ex-funcionária da Procuradoria Geral do Estado (PGE) Jozani Prado Santos é acusada dos crimes de peculato e formação de quadrilha. Ela e o oficial de Justiça Gilmar dos Reis Dias foram presos no sábado (15) por força de ordem judicial acusados de desviar dinheiro público. Conseguiram a liberdade nesta quarta-feira (19), após ter vencido o prazo das prisões temporárias.

As investigações começaram há cerca de dois meses, com uma sindicância instaurada pela Procuradoria Geral do Estado, para apurar irregularidades no preenchimento das guias para recolhimento de honorários dos procuradores. A PGE promoveu também uma ação na Justiça Federal de Curitiba para a quebra de sigilo bancário da ex-funcionária. Depois de constatada a autoria e a materialidade dos fatos, a PGE fez um pedido oficial para instaurar um inquérito policial, no dia 5 de junho.