O ex-presidente do PT José Genoino afirmou há pouco na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos que não existe esquema de pagamentos de mesadas a parlamentares em troca de apoio a governo, o chamado mensalão. "Nunca se discutiu troca de apoio por dinheiro", afirmou Genoino.
Genoino disse também que conhecia apenas dois empréstimos avalizados por ele enquanto era presidente do partido. O primeiro de R$ 2, 4 milhões no BMG, em fevereiro de 2003, e o segundo de R$ 3 milhões, em maio de 2003, no Banco Rural. Ele disse que só soube dos empréstimos feitos pelo empresário Marcos Valério quando foram divulgados pela imprensa. "Nunca tomei conhecimento de movimentação financeira não contabilizada no partido". Marcos Valério é acusado de ser o operador do mensalão e fez empréstimos de R$ 55 milhões ao PT quando Delubio Soares era tesoureiro do partido.
Segundo Genoino, Delubio era o responsável por arrecadar recursos e pagar despesas do partido. Genoino afirmou ainda que, quando assumiu a presidência da legenda, disse que não acompanharia três questões: a negociação dos cargos na administração federal, a administração do partido e a movimentação financeira da legenda. Ele afirmou que, durante este período, foi responsável pelas articulações e alianças políticas do partido.
O depoimento de José Genoino começou por volta de meio-dia.