Multas
A tendência de redução já era observada desde o ano passado, quando 85,32% dos veículos de Curitiba não foram multados. Este percentual era o maior índice registrado desde 1999. Naquele ano, o levantamento indicou que 83,67% dos motoristas não cometeram nenhuma infração municipal. Em 2000 o percentual foi de 84,44%. Em 2001 o índice foi de 76,5% e no ano seguinte 73,99% dos motoristas sem cometer infrações municipais. "O ano de 2004 deverá ser fechado com novo índice de redução, o que é muito positivo porque revela que a maioria não comete infrações municipais", alega o diretor da Diretran, Carlos Alexandre Negrini Bettes.
Acidentes
Nos demais acidentes, também levando em conta a evolução da frota, a redução terá sido de 11,2%. A queda no número de feridos deverá encerrar 2004 com uma diminuição de 14,7% e a redução de mortes terá sido de 3,7%. Em 2003 a frota da cidade era de 791.286 veículos. A projeção para este ano é de 830.850 veículos.
Se a comparação for feita entre o ano de 1999 (quando foi iniciada a implantação dos radares na cidade) e a projeção para 2004, também será possível verificar a redução. Considerando o aumento de 21,43% da frota neste período, a redução no número de atropelamentos será de 29%. Se for considerado o total geral de acidentes, a redução será de 17,9% e em relação às mortes no local, terá ocorrido uma redução de 2,1%.
Isolando 22 vias onde há radares e analisando o número de acidentes 12 meses antes do início do funcionamento dos equipamentos e 12 meses depois, a Diretran verificou que em 16 delas a redução no número de acidentes foi de até 50%. Nas outras seis a queda foi superior a 50%.
O levantamento feito com base nas informações do Siate mostrou ainda que os atropelamentos tiveram redução de mais de 50% depois da implantação dos equipamentos em 11 das 22 vias estudadas. Em relação ao número de vítimas, a redução foi superior a 50% em nove das 22 ruas com radares analisadas.
A mudança de comportamento do motorista curitibano também é verificada no levantamento feito pelo Departamento Nacional de Trânsito, do Ministério das Cidades. O anuário do Denatran de 2002 mostra que, entre as capitais brasileiras, Curitiba tem o menor índice de vítimas fatais por 10 mil veículos: uma vítima fatal para cada grupo de 10 mil veículos.
O curioso é que Curitiba, segundo o anuário, tem o maior número de carros por habitante – 47,1 veículos para cada 100 pessoas. A cidade apresentava tendência de redução de vítimas fatais desde 2000. Naquele ano o índice da cidade foi de 1,6 vítima fatal por 10 mil veículos, caindo para 1,3 em 2001. O levantamento de 2003 ainda não foi divulgado.
A mudança no comportamento do motorista é visível também nos números de acidentes que acontecem na cidade. Comparando apenas os dados do ano passado com uma projeção feita pela Diretran para o ano de 2004, com base nos dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e do Detran, é possível constatar que, levando em consideração o crecimento de 5% da frota neste ano, a redução do número de atropelamentos será de 24,4%.Além da queda na arrecadação, o percentual de motoristas multados também deve fechar o ano de 2004 com número menor. Levantamento parcial feito pela Celepar para a Diretran, revelou que de janeiro a agosto deste ano, 93% da frota de Curitiba não tiveram multas municipais, que são as de parada, circulação e estacionamento. O percentual de motoristas com uma multa foi de 5,5%, com duas, 1% e com três, apenas 0,3% da frota da cidade. Este é o maior índice de motoristas não multados desde a municipalização do trânsito, em 1998.
