Foram seis dias de muitas discussões, debates políticos e apresentação de propostas para fazer do mundo um lugar melhor para se viver. Mais de 150 mil pessoas passaram pelo 5º Fórum Social Mundial (FSM), em 2.500 atividades realizadas nos 11 espaços temáticos espalhados por quatro quilômetros do chamado "território social mundial". No último FSM realizado em Porto Alegre, os números superaram as expectativas do comitê organizador.

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Segundo Cândido Grzybowski, membro do comitê organizador e diretor-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o 5o Fórum Social Mundial teve como marca a diversidade dos debates com novos temas presentes. "Nós tivemos um fórum mais renovado em discussões, não se repetiram as idéias. Houve muito debate novo, muitas idéias, e uma certa vibração maior nas atividades, até as menores, onde houve muita participação", afirmou Grzybowski.

Para Francisco Whitaker, da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membro do comitê, as 352 propostas apresentadas como resultado final do fórum não se esgotam com o encerramento dos debates. "O fórum foi um enorme passo para a frente. Os participantes chegaram a duas mil atividades com ações concretas. A perspectiva de fazer que as entidades e organizações conseguissem se aglutinar antes do fórum ocorreu tanto aqui, no momento de maior concentração, e depois continuam para avançar ainda mais", ressaltou.

A partir de 2006, o formato do FSM será descentralizado. Uma cidade não vai concentrar os eventos do fórum como ocorreu em todas as edições, e o evento ocorrerá em datas distintas, em série. "Os primeiros fóruns vão ser nos mesmos dias do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e vão dar a arrancada. Depois, em abril, na reunião do Conselho Internacional do Fórum em vários lugares do mundo, vão se constituir discussões sobre o próximo Fórum. E em 2007, vai ser de novo um só, unificado na África", esclareceu Whitaker.

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Até agora, a Venezuela e o Marrocos manifestaram disposição para sediar partes do Fórum Social Mundial. Segundo Francisco Whitaker, ainda não está definido o formato do FSM, nem quantas cidades poderão sediar simultaneamente o evento. "Inicialmente, podem ser até mais de três cidades. É uma proposta que a Venezuela seja um desse lugares, mas não há nada confirmado", afirmou.

Para Grzybowski, a eficiência das discussões no novo formato do fórum só poderá ser comprovada depois de sua implementação. "A gente vai sofrer no campo das idéias. Ir a um lugar novo é como começar. Essa dinâmica entre o que nós estamos fazendo e o lugar novo é uma coisa que estamos aprendendo a fazer, porque não vão todos que estavam aqui", afirmou.

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Em um aspecto, o diretor do Ibase acredita que o Fórum vai se tornar mais democrático: na participação de um número maior de pessoas de diferentes partes do mundo. "Em termos de diversidade de atores, esse é o nosso objetivo: conseguir envolver mais gente em zonas e áreas em que temos menos gente".