Número de operações bancárias feitas pela web cresce 49%

São Paulo – As operações bancárias realizadas por meio da internet cresceram 49% no ano de 2005, período em que mais de 8 milhões de clientes dos bancos cadastraram-se para utilizar esse tipo de serviço, informou hoje (10) a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). No caso dos clientes pessoa física, o aumento das transações bancárias pela web foi de quase 55% no ano passado, com cerca de 3,1 bilhões de operações, como consultas a extratos e saldos de conta corrente, pagamentos de fichas de compensação, transferências, etc.

O número se aproxima das transações realizadas no caixa das agências bancárias, que cresceu apenas 3% em 2005, em boa parte motivado pelo aumento das transações por meio do internet banking e do atendimento nos caixas automáticos. "A quantidade de internautas no Brasil cresceu muito. Junto com o aumento da segurança desse instrumento e a comodidade que ele oferece, isso vem provocando uma expansão significativa da transação virtual no sistema bancário. Esse é o futuro", disse Márcio Cypriano, presidente da Febraban e presidente-executivo do Bradesco.

Essa migração é interessante para os bancos, explicou o presidente da Febraban, na medida em que representa uma redução de custos significativa para o setor bancário – motivo pelo qual o instrumento é incentivado junto aos clientes, por exemplo, com reduções tarifárias. Um bom exemplo disso, ilustrou, é a redução da tarifa interbancária (basicamente o custo de um banco para o outro por um serviço bancário prestado, como o recebimento de uma ficha de compensação) que será aplicada a partir do próximo dia 15. Essa tarifa passará dos R$ 1,18 para R$ 1,02, segundo Cypriano, principalmente pelo aumento da quantidade de operações em canais alternativos, caso da internet.

Apesar do crescimento na utilização do "banco virtual", os representantes da Febraban dizem que ainda é cedo para afirmar que essa tendência resultará em uma menor necessidade de expansão física da rede de atendimento bancário. Em boa parte pelo baixo índice de acesso da população ao sistema bancário, que atualmente conta com cerca de 45 milhões de clientes, pouco mais da metade da população economicamente ativa no País. "É muito cedo para decretar a ‘morte’ das agências. Por muitos anos os bancos ainda terão a necessidade de investir em uma rede grande de agências, ou seja, escala, para se manterem", disse o diretor-executivo da entidade, Hélio Ribeiro Duarte, também diretor de Relações Institucionais do HSBC.

A rede de agências é a que registra o menor crescimento físico da rede total de atendimento bancário no Brasil em 2005, com apenas 255 novos postos, de acordo com os dados da Febraban. O grande destaque no ano foi representado pelos correspondentes bancários, que passaram de 46 mil em 2004 para 69,5 mil no final do ano passado, um crescimento de 51%. A Febraban também apresentou o Relatório Social de 2005, mostrando que os bancos investiram R$ 1 bilhão em projetos sociais e culturais no período, dos quais R$ 611 milhões referem-se a investimentos sociais (sobretudo na educação), R$ 245 milhões em investimentos culturais e R$ 145 milhões em recursos de incentivo fiscal.

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