O número de atendimentos nos Armazéns da Família e Mercadão Popular, programas gerenciados pela Secretaria Municipal do Abastecimento, aumentou 137% neste ano. Em janeiro foram registrados 22 mil atendimentos, número que chegou a 53 mil em maio. A previsão é de chegar a 500 mil atendimentos até o fim do ano.
O aumento do uso de programas da Rede Social de Abastecimento – famílias com renda de até três salários mínimos – é resultado, segundo o secretário municipal do Abastecimento, Antonio Poloni, de um novo sistema de gestão que permitiu aumentar o mix de produtos, promover uma redução de preços ao consumidor que, em alguns casos chegou a 36%, e ampliar o número de fornecedores de sete, em dezembro do ano passado, para 180 já nos primeiros meses deste ano.
As mudanças, explica Poloni, trouxeram de volta famílias que haviam abandonado os Armazéns e os Mercadões. Assim, mesmo com redução de preço ao consumidor melhorou o fluxo de caixa do Fundo de Abastecimento Alimentar de Curitiba (FAAC). O Fundo utilizado para o giro de compras da rede passou de R$ 6 milhões em janeiro para R$ 8 milhões no final de maio.
"Conseguimos aumentar o número de itens, melhorar a qualidade, comprar e vender mais barato e, com isso, atrair novamente os usuários da rede social de abastecimento", afirma Poloni que vem se reunindo com lideranças comunitárias para explicar o funcionamento das unidades, ouvir sugestões, debater avanços e promover correções apontadas pela comunidade.
O ciclo de encontros de técnicos do Abastecimento e organizações sociais e representantes da comunidade foi encerrado na semana passada, com uma reunião na Regional de Santa Felicidade. Foram seis reuniões que contaram com a participação de representantes de quase 400 organizações sociais.
"O que está acontecendo hoje nos Armazéns e nos Mercadões é um resgate, não só de preço mas também de cidadania" afirmou, na reunião em Santa Felicidade, o presidente da União das Associações de Moradores e Clubes de Mães da região, Antonio Monteiro Sobrinho.
Embora não tenham faltado elogios, os moradores também apresentaram uma série de sugestões, entre elas, a implantação de sistemas que permitam ao usuário contar com outras formas de pagamento, como cartões e vale refeição, e a criação de novos pontos. Poloni explicou que já vem sendo estudado pela secretaria a utilização de um cartão especial de crédito/débito e de outras alternativas para o pagamento das compras. "Mas isso vai acontecer na medida em que não comprometa preço e qualidade", alertou.
Novidade
Outras surpresas devem surgir ainda neste mês nos Armazéns. Serão incluídos na relação de produtos alguns cortes de carne suína e bovina, além de defumados. O peixe é outra carne cuja inclusão vem sendo avaliada para compor a lista de produtos ofertados pelos Armazéns e Mercadões.
O número de produtos oferecidos na rede subiu de 75, em janeiro, para 115 em maio, com a inclusão, além de novos itens, também de marcas conhecidas como Zaelli, Omo, Matte Leão e Nutrimental.
As novidades e o preço – em média 30% abaixo da média praticada no mercado convencional, mais do que dobrou o número de usuários. "Essa era a meta para os primeiros seis meses que foi praticamente alcançada num tempo recorde", afirma o diretor de Programas Comunitários da Secretaria Municipal do Abastecimento, Humberto Malucelli.