Com uma arbitragem polêmica do paranaense Héber Roberto Lopes, o Cruzeiro venceu a Ponte Preta por 3 a 2, neste domingo, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, pela 28.ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time mineiro interrompeu uma série de oito jogos sem vitória, chegando aos 40 pontos, um ponto a menos do que o time campineiro.
Mas o destaque negativo em campo foi o árbitro, que expulsou cinco jogadores e mostrou 10 cartões amarelos, num claro exagero. Além disso, influiu decididamente no placar final ao marcar um pênalti inexistente, que resultou no empate de 2 a 2 com o Cruzeiro e ao confirmar o gol da vitória marcado por Alecsandro, com o braço.
No final do jogo houve muita revolta dos torcedores e o trio de arbitragem encontrou dificuldades para entrar nos vestiários. Houve uma tentativa de invasão e depois o choque direto com policiais e torcedores do lado de fora do estádio.
"Os nervos da torcida vêm à flor da pele por causa destes fatos ocorridos no final de semana. No lance do gol de braço, o bandeira reconheceu depois que demorou para ir até o meio-de-campo. Estou com a consciência tranqüila", disse o árbitro, que completou dizendo que "não tenho o recurso da televisão para apitar". Mas o bandeira Roberto Braatz desmentiu o próprio juiz no meio da confusão. "Não tive convicção no lance e o árbitro decidiu".
Mostrando disposição para sair da má fase, o Cruzeiro começou mais perigoso e criou as melhores chances ofensivas. Mas na primeira chance na frente, a Ponte Preta abriu o placar. Élson armou o contra-ataque e lançou em diagonal para Zé Carlos, que driblou o zagueiro Moisés e chutou forte e rasteiro no canto direito de Fábio.
Aos 29 minutos, o zagueiro Preto foi maldoso sobre Diego e acabou expulso. Na cobrança de falta, Martinez mostrou categoria e empatou, encobrindo a barreira. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar. A Ponte reagiu com Élson, aos 33 minutos, quando da intermediária acertou um chute com efeito com a perna esquerda. Aos 46 minutos, Maldonado foi expulso ao cometer falta por trás em cima de Bruno.
No segundo tempo, os dois times recomeçaram com 10 jogadores cada, mas aos nove minutos Romeu, que já tinha cartão amarelo, foi expulso ao segurar Adriano. A partir daí, o time campineiro ficou em visível desvantagem, com o Cruzeiro arriscando com as entradas de Diogo e Weldon.
O empate estava maduro, mas saiu de forma irregular com um pênalti inexistente de Everton sobre Weldon. A falta aconteceu fora da área. Na cobrança, Kelly cobrou forte, no ângulo esquerdo de Lauro, que caiu do outro lado.
A Ponte tentou se reforçar com André Silva na vaga de Danilo, mas o time mineiro continuava melhor. Aos 28 minutos, duas novas expulsões: Zé Carlos, da Ponte, e Moisés, do Cruzeiro, discutiram e receberam o vermelho.
Em velocidade, o Cruzeiro chegaria ao gol da vitória. Após um toque na trave, Alecsandro entrou em velocidade e a bola bateu no seu braço e entrou. Outro gol irregular, não confirmado pelo bandeira Roberto Braatz. O juiz Héber Roberto Lopes validou o lance: 3 a 2.
Ficha técnica:
Ponte Preta 2 x 3 Cruzeiro
Ponte Preta: Lauro; Rissut, Galeano (Godói), Preto e Bruno; Ângelo, Everton, Romeu, Danilo (André Silva) e Élson (Izaías); Zé Carlos. Técnico: Estevam Soares.
Cruzeiro: Fábio; Maurinho (Weldon), Marcelo Batatais (Diogo), Moisés e Wágner; Maldonado, Martinez, Kelly e Adriano (Leandro); Alecsandro e Diego. Técnico: Paulo César Gusmão.
Gols: Zé Carlos, aos 19, Martinez, aos 30, e Élson, aos 33 minutos do primeiro tempo; Kelly (pênalti), aos 24, e Alecsandro aos 31 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Élson, Romeu e Everton (Ponte Preta); Marcelo Batatais, Wágner, Martinez, Adriano, Weldon, Diogo e Moisés (Cruzeiro).
Cartões vermelhos: Romeu, Preto e Zé Carlos (Ponte Preta); Maldonado e Moisés (Cruzeiro).
Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR).
Renda: R$ 80.000,00.
Público: não divulgado.
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP).