Volta e meia um representante do governo lança mão do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho (o presidente Lula é o principal), para alardear o avanço da abertura de novos empregos. Infelizmente não é possível ter tanta confiança no referido termômetro.
Descobriu-se que o Caged anota as contratações com carteira assinada, mas não que a maioria desses contratos envolve pessoas que trabalhavam antes nas empresas de maneira informal.
Dessa forma, mesmo com o desbaste das margens de precariedade a que muitos trabalhadores se sujeitam, não se pode afirmar que novos postos de trabalho estão sendo abertos no País.
Apesar dos últimos discursos do presidente Lula e do ministro Luiz Marinho, citando os dados do Caged, a realidade do emprego não tem a mesma eloqüência dos oradores. O ano deverá fechar com a oferta de 1,2 milhão de novos empregos formais, com média mensal superior a 100 mil empregos.
Há ainda grande espaço a preencher, embora o avanço tenha sido exponencial em relação ao governo anterior, que gerou, em média, apenas oito mil empregos novos por mês. Postos de trabalho suficientes para absorver a mão-de-obra disponível representam o dinamismo de setores importantes da economia, hoje praticamente estagnados, como a construção civil. O resto é conversa.