Agora que a corrida presidencial deu a largada e promete novos embates a cada momento, sobretudo, com o início da propaganda gratuita em rádio e televisão, além dos debates entre os candidatos, promovidos pelos meios de comunicação de massa, os eleitores decerto irão estratificar sua avaliação quanto a esse ou aquele e, por conseguinte, definir a quem vão conferir o voto.

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Nesse particular, as pesquisas de intenção de voto cumprem papel importante no quadro geral da eleição, pois a cada rodada oferecem ângulos diferenciados para a análise dos organizadores das campanhas, que não podem dispensar a utilização desse precioso instrumento na tomada de decisões capitais. Por exemplo, a última pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi sobre a eleição presidencial, embora mostre a melhoria do desempenho do ex-governador Geraldo Alckmin ainda não lhe trouxe fôlego necessário para bater Lula, que ganharia no primeiro turno. Na pesquisa estimulada Lula vence Alckmin por 45% a 32%, e na espontânea, o parâmetro dos parâmetros segundo os analistas, tendo em vista a amostragem consolidada de uma decisão praticamente imutável, Lula tem 35% e Alckmin 17%.

Mas, o Vox Populi chamou a atenção para uma realidade a ser trabalhada com afinco e rapidez pelos formuladores da proposta eleitoral do ex-governador: o candidato Luiz Inácio Lula da Silva tem elevados 26% de rejeição e está disparado em primeiro lugar no quesito. O percentual de respostas foi apurado ao se perguntar ao entrevistado em qual dos nomes exibidos pelo pesquisador ele não votaria de jeito nenhum, uma decisão que os institutos de pesquisa também consideram definitiva do ponto de vista ideológico.

Nesse aspecto, Alckmin está no confortável patamar de 10%, o mais baixo de todos, facultando a seu estado-maior a montagem de estratégia especial para atingir a faixa de indecisos, ou seja, o típico eleitor despreocupado com a política que procrastina a escolha até o último momento. Esse é um universo relevante na apreciação do marketing do candidato tucano, ainda mais quando se percebe que os percentuais dos que não sabem em quem votar ou não responderam na espontânea estão em 37% e 31%, respectivamente.

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Enquanto a campanha de Lula, segundo todos os sinais emitidos pelo PT e pelo próprio candidato, vai trazer poucas novidades além da comparação entre a atual administração e os oito anos de FHC, algo que não interessa aos eleitores, Alckmin tem reiterado a proposta de esmiuçar, caso eleito presidente da República, o plano de crescimento da economia com base numa política fiscal adequada, gastos públicos com qualidade, austeridade, equilíbrio e outras vantagens superlativas comuns ao vocabulário dos predestinados. Um discurso bonito e bem alinhavado, é preciso reconhecer, mas que nesse momento carece de claras indicações de como a abundante messe de bons augúrios sairá do campo das intenções para a realidade inóspita do quotidiano.

A população de baixa renda está com Lula e não abre e essa é uma constatação aferida, inclusive, pela maioria dos institutos de pesquisa. Tanto é veraz a intenção de voto que o candidato tucano não desmereceu, em nenhuma ocasião, a solidez da aceitação presidencial por parte dos mais pobres dentre a população. Ao contrário, Alckmin garante que o Bolsa Família vai continuar e, melhor, pretende torná-lo ainda mais eficiente. É a primeira vez que os pobres têm peso específico numa campanha, passando da mera retórica condoreira à condição de fiéis da balança eleitoral. O Brasil está diante de si mesmo.

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