O Brasil pode ter aproximadamente 50 mil novos casos de câncer de mama segundo a publicação Estimativa 2005 – Incidência por Câncer no Brasil, divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde. A maior incidência deve ser nas regiões sudeste e sul. No mundo, o câncer de mama é a segunda doença mais freqüente, e a primeira entre as mulheres, com estimativa de um milhão de novos casos a cada ano.
O diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão, explica que as causas efetivas do câncer de mama ainda são desconhecidas, o que dificulta a prevenção. Entretanto ele diz que estudos apontam que evitar álcool e fumo, controlar o peso e praticar exercícios físicos pode reduzir o risco de contrair a doença.
Temporão afirma que a detecção precoce é a melhor arma e que mulheres acima de 40 anos devem fazer exame clínico das mamas. "O auto-exame não deve ser desestimulado, é importante fazê-lo, mas não substituiu o exame clínico anual feito por um especialista", lembra.
As mulheres de 50 a 69 anos devem fazer mamografia a cada dois anos. Ele alerta que mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem começar a realizar exames aos 30 ou 35 anos.
Mesmo com cuidados, Ana Bentes, de 28 anos, foi submetida a uma mastologia. Ela detectou um caroço no seio aos 25 anos durante um auto-exame. Como não tinha casos na família, seu ginecologista tratou como displasia. A primeira biópsia a que foi submetida deu negativo, mas depois de tomar anticoncepcional, o caroço passou de 2 cm para 8 cm. "Foi um ano que eu perdi e não tratei. Eu estou boa hoje e acabei o tratamento há um mês, mas só devo receber alta depois de cinco anos", lamenta. "Poderia ter sido bem mais simples, eu tive que tirar a mama toda".
O Inca está fazendo uma análise sobre o caso de Ana, que é considerado excepcional. Eles buscam conhecer melhor o desenvolvimento da doença.