O novo piso salarial do Paraná, já aprovado pela Assembléia Legislativa e a ser sancionado pelo governador Roberto Requião nos próximos dias para entrar em vigor no dia 1º de maio, vai aumentar em 4% a massa salarial do Estado. Atualmente, a soma do conjunto dos salários formais do Paraná gira em torno de R$ 51 bilhões. A estimativa é da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) com base em dados do IBGE.
Segundo o delegado regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, o novo piso, reajustado em 8,5%, vai injetar R$ 1 bilhão a mais na massa salarial do Paraná, levando-se em conta apenas os trabalhadores formais. O Paraná conta, de acordo com o IBGE, com 2,109 milhões de empregos formais. A rede média desses trabalhadores paranaenses com carteira assinada é de R$ 1.017,00.
A proposta formulada pelo governador Roberto Requião, em parceria com as centrais sindicais de trabalhadores, foi aprovada por unanimidade pelos deputados e eleva o piso regional a valores entre R$ 462,00 e R$ 475,20. O novo piso, 25% mais alto que o salário mínimo nacional de R$ 380,00, atende as categorias de trabalhadores que não têm acordos ou convenções coletivas de trabalho.
Os trabalhadores ocupados com renda, formais e informais, somam 4,580 milhões no Paraná, com renda média de R$ 861,69, e geram um total de R$ 3,947 bilhões ao mês. Levando-se em conta o 13º salário e 1/3 das férias, o montante da massa salarial paranaense anual ultrapassa a R$ 51 bilhões, na previsão do economista Sandro Dias, do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Curitiba.
Portanto, segundo Geraldo Seratihiuk, o que se observa desde a criação do piso regional, no ano passado, é que um volume maior de recursos vem circulando na economia paranaense, aumentando o consumo e conseqüentemente a produção industrial. ?Ao contrário do que os pessimistas pensam, o novo piso não trará desemprego e muito menos recessão à economia do Paraná?, destaca o delegado.
?Neste primeiro ano em que esteve em vigor, o piso regional causou impacto positivo, principalmente nos municípios de menor IDH ? Índice de Desenvolvimento Humano ? e aos trabalhadores mais fragilizados, aqueles sem acordo ou convenção trabalhista?, avaliou ainda o delegado regional do Trabalho.
Uma pesquisa realizada pelo Dieese, no ano passado, quando da implantação do piso, revelou que a medida do governador Roberto Requião beneficiaria de forma direta 190 mil trabalhadores e indiretamente outros 910 mil trabalhadores, injetando respectivamente R$ 16,5 milhões e R$ 67 milhões na economia paranaense.