Novela sem fim

A enervante novela da votação do Orçamento poderia ter seu capítulo final ontem à noite, quem sabe hoje, amanhã, ou afinal, quando? Resposta que nenhum conhecedor profundo das entranhas do governo e do Congresso assumia o risco de articular, diante do tamanho do conflito de interesses.

O governo precisa desesperadamente do Orçamento ?porque quer governar?, na visão acaciana do ministro Tarso Genro, mas a oposição fincava pé em garantias convincentes quanto a alguns pleitos considerados inegociáveis.

O presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao esgotar o estoque de argumentos conciliatórios, reduziu a questão: ?Se não há acordo, então, que se decida no voto?. E marcou a sessão para o início da noite de ontem, embora muitos opinassem que o assunto não se resolveria.

Garantias da liberação do empréstimo de R$ 70 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao governo de Sergipe, e que não haja boicote à Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro na organização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, com a liberação de todos os recursos de competência do governo federal, eram os itens preferenciais da oposição.

Além disso, a oposição fazia questão de saber quanto a Petrobras vai gastar para construir o gasoduto Coari-Manaus, na Amazônia, quando a obra será concluída, e o detalhamento da previsão orçamentária dos R$ 5,2 bilhões para ressarcir os estados do ICMS de produtos destinados às exportações. Sem isso, não haveria votação.

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