Dois dias depois de ter sido localizada pela CPI dos Bingos como nova testemunha do seqüestro do prefeito de Santo André Celso Daniel, a dona de casa Y. prestou hoje (17) depoimento à Polícia Civil no inquérito que apura o crime que terminou com o assassinato do petista em janeiro de 2002.
Ao depor no 78º Distrito Policial, nos Jardins, Y. reforçou o que dissera na terça-feira ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), designado pela CPI dos Bingos para acompanhar as investigações.
Y. reafirmou que viu apenas o prefeito de Santo André ser rendido pelos seqüestradores. Celso Daniel foi, segundo ela, forçado a sair da Pajero que era conduzida pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sérgio Sombra.
No depoimento que prestou à delegada Elisabeth Sato, Y. relatou que o prefeito resistiu a sair do veículo. A versão apresentada por Y. compromete Sérgio Sombra, considerado pelo Ministério Público o mandante do crime. Ao prestar depoimento à Justiça, ele afirmou que Celso Daniel deixou o carro com as mãos para cima em uma tentativa, segundo o empresário, de negociar.
Janela – Y. reafirmou ainda que o prefeito foi obrigado a subir a pé cerca de 50 metros da Rua Antônio Bezerra – conhecida como Rua dos Três Tombos – e que fora segurado pelo braço por dois homens, um de cada lado. Na seqüência, Celso Daniel foi empurrado para dentro de outro veículo, uma Blazer – um dos três carros utilizados pelos seqüestradores durante a ação. Y. disse que presenciou a cena da janela da cozinha de sua casa, nas imediações do local onde o prefeito foi capturado na noite de 18 de janeiro de 2002.
A testemunha ouvida hoje pela Polícia Civil também afirmou que viu Sérgio Sombra falando ao celular parado próximo ao carro que dirigia, a Pajero, logo após Celso Daniel ter sido levado.
Outra testemunha localizada por Suplicy na visita ao local do seqüestro, na terça-feira, já foi contatada pelos investigadores da polícia de São Paulo. Trata-se de um rapaz que deve depor nos próximos dias. A polícia espera concluir o inquérito sobre o seqüestro e assassinato de Celso Daniel até janeiro de 2006.
