A nova política nacional de desenvolvimento regional, que será implementada no país com base em um estudo da situação econômica e social das regiões brasileiras, vai dar prioridade ao crescimento das regiões Norte e Nordeste, para superação das desigualdades sociais. A informação foi dada hoje, pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, em palestra na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).
Ciro Gomes justificou a decisão alegando que, no Nordeste , onde vivem 28% dos brasileiros extrai-se apenas 13% do Produto Interno Bruto nacional, enquanto no Norte, habitado por 13% da população, o PIB é somente de 6%. "O Centro-Oeste tem PIB/população equivalentes. Já o Sul e o Sudeste têm muito mais Produto Interno Bruto que habitantes", afirmou.
De acordo com o ministro, entre as estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável nas duas regiões estão a recriação das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam), além da elaboração de um plano específico para a Amazônia e outro destinado a fortalecer ações contínuas no semi-árido.
Ciro Gomes disse à platéia, formada por cerca de 50 empresários, que o Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), destinado a financiar projetos de desenvolvimento regional, tem R$ 3,8 bilhões de saldo ocioso neste ano. Os recursos estão disponíveis para os empresários no Banco do Nordeste.
Na opinião do ministro, se o Congresso Nacional aprovar a criação de um fundo para financiamento da política nacional de superação dos desequilíbrios regionais, vinculado a 2% da arrecadação com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Renda, que resultaria em R$ 2,7 bilhões por ano, o Nordeste será beneficiado com mais de 50% dos recursos.
Segundo o ministro, a aplicação dos investimentos deverá ser definida pelo novo Conselho Deliberativo da Sudene, em duas reuniões anuais, sob a coordenação do presidente da República.