Nova etapa do programa Farmácia Popular será lançada em abril

A nova etapa do programa Farmácia Popular será lançada no próximo mês. Com as novas regras, o programa vai pagar um percentual de 90% aos estabelecimentos privados cadastrados pelo valor do princípio ativo. A diferença entre o preço do laboratório e o subsídio governamental formará o preço do remédio pago pelos consumidores. Serão usados recursos do Ministério da Saúde, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) só pode oferecer serviços gratuitos. A expectativa do ministério é destinar R$ 72 milhões do orçamento à compra de medicamentos.

Qualquer pessoa, independentemente de classe ou rendimento, poderá comprar medicamentos para hipertensão ou diabetes por 10% do valor total do medicamento. Os 90% restantes serão pagos pelo governo. O objetivo é beneficiar a população que não busca assistência no SUS, mas tem dificuldade para manter o tratamento médico por causa do preço dos medicamentos.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, os farmacêuticos vêem todos os dias pacientes largarem um tratamento por falta de dinheiro na hora de comprar o remédio. "É um testemunho diário nas redes associadas. A gente vê muito o cidadão chegar em uma loja com a receita de um médico com três, quatro itens, escolhe aquele que cabe no orçamento e leva somente um deles. Acaba fazendo um tratamento incompleto ou pela metade", diz.

Segundo o presidente da Abrafarma, "na medida em que o governo cria um programa de subsídio e complemento vai atender uma parte da população que não consegue fazer o seu tratamento porque não consegue receber o seu medicamento gratuito na rede pública ou porque não consegue pagar numa rede privada. A medida certamente vai atender milhões de pessoas", comemora.

José Maria Machado, aos 47 anos, sofre das duas doenças: hipertensão e diabetes. Ele conta que não conhece as farmácias populares. "Não conheço nenhuma farmácia popular, nem sabia que existia. Gasto por mês cerca de R$ 80 comprando remédios para hipertensão e diabetes. Infelizmente faço parte dos dois grupos. Tô até preocupado porque li nos jornais que vem aumento". Para ele, a nova etapa do programa chega em boa hora. "Acho ótima. Qualquer coisa que barateie o preço é bom porque só se arruma coisa pra arrumar preço, taxas e taxas, e a gente fica apavorado sem saber como vai pagar. Uma notícias dessa é uma maravilha".

O presidente da Associação explica que o preço total do produto vai sair mais barato para o ministério, que separou todos os medicamentos de cada uma das doenças e fez uma média de preço entre os 25 mais baratos. E que assim todos vão ganhar. "A gente pode atender a mais pessoas com uma remuneração um pouco menor. Mas, no final todo mundo ganha, a população e a farmácia".

Sergio Barreto ressalta que cuidar de hipertensão e diabetes é uma forma do governo trabalhar com a prevenção de doenças já que podem causar outros problemas. "quem tem hipertensão e não cuida pode ter problemas cardíacos ou renais, uma série de agravos. Assim também a diabetes, que causa cegueira e outras".

Ele afirma que esses dois tipos de medicamentos estão entre os mais procurados nas farmácias. E que os remédios escolhidos pelo Programa são os mais pré-escritos pelos médicos. Além das duas doenças, artrite, asma e doenças coronarianas também são bastante procuradas. Inicialmente, 200 diferentes medicamentos estarão na lista do programa, que ainda não foi divulgada

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