A nova diretora presidente do Instituto de Ação Social do Paraná (Iasp), a psicóloga Thelma Alves de Oliveira, tomou posse na manhã desta segunda-feira. “Estarei realizada se conseguir fazer com que os adolescentes tenham vontade de aprender e fazer coisas, como estudar e trabalhar”, defendeu em seu discurso de posse, referindo-se aos internos nos sistemas de privação de liberdade no Estado. A cerimônia, realizada na sede da instituição, foi presidida pelo secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann.
O secretário disse que a passagem do ex-diretor-presidente, José Wilson de Souza, representou um salto de qualidade nos trabalhos do Iasp e que agora será necessário imprimir velocidade ao processo de implantação do novo projeto psico-pedagógico nas unidades de internamentos de adolescentes. “Será a continuação de um trabalho que começou bem e precisa terminar bem. É mais um passo à frente, mais um lance de qualidade. Queremos que as coisas caminhem melhor e com mais rapidez na implantação daquilo que desejamos, e nada melhor que ter alguém da área”, argumentou.
Em seu discurso de posse, Thelma disse estar feliz por encontrar velhos e novos amigos e fez um relato de seu trabalho em 20 anos de servidora pública, destacando o trabalho em equipe. “Chegamos num momento muito bom. Já existe um desenho de um plano. Pego um projeto quase estruturado. Minha tarefa será fazer isso acontecer. Acredito muito na equipe e no trabalho coletivo. Fazendo dessa forma, não tem como não dar certo”, confia a psicóloga. Ela já foi diretora técnica do IASP no primeiro mandato do governador Roberto Requião e adquiriu experiência administrativa no Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP) e em assessoria administrativa a diversos órgãos públicos.
“Para essa função, é preciso alguém com entusiasmo. Será preciso muita bondade, amor, ternura e serenidade para fazer aqueles meninos verem o lado bonito da vida, o que eles nunca tiveram”, disse Padre Roque, se comprometendo também a lutar por recursos para fazer também um trabalho preventivo.
Novos rumos
O novo projeto psico-pedagógico destina-se a tornar realidade as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente e permitir a materialização dos princípios da educação plena. “O projeto efetiva uma política de direito voltada a permitir que o menino receba atenção médica, não somente preventiva mas de tratamento, atenção judiciária, garantia de educação formal, convívio próximo da família e dos amigos e suporte para reintegração social quando cumprida a pena, entre outros”, exemplifica Thelma.
A diretora destaca que, por educação plena, compreende-se a utilização de todos os recursos para expressão artística e práticas esportivas, além de promover o acesso dos jovens à literatura e permitir-lhes a iniciação científica. “É preciso casar a aquisição do conhecimento com as práticas de socialização, para permitir que o jovem desenvolva sua dimensão coletiva em conjunto com a dimensão individual, para que a educação seja integrada, voltada à emancipação e à formação plena dos jovens como cidadãos”, avalia.