Nova aduana em Foz vai vistoriar todos os carros e pessoas

A Receita Federal prepara o mais duro golpe, de uma série iniciada há cinco anos e intensificada há dois, contra o contrabando pela Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai. A inauguração da nova aduana em Foz do Iguaçu, prevista para 20 de agosto, deverá representar a sentença de morte dos "sacoleiros" – pequenos comerciantes de todo o País que se abastecem dos produtos vendidos em Ciudad Del Leste – e dos seus imprescindíveis colaboradores, os "laranjas", cuja atividade se resume a introduzir em território brasileiro o que foi comprado pelo sacoleiro. Mercadoria nacionalmente conhecido por "muamba".

A nova aduana é um complexo imponente de 8,4 mil metros quadrados que absorveu R$ 7,5 milhões, valor que não inclui os equipamentos. Localizada ao lado da atual, construída há 40 anos na cabeceira da ponte, permitirá, segundo o delegado da Receita em Foz, José Carlos de Araújo, a vistoria de todas as pessoas e todos os veículos que entrarem no Brasil. O controle atual é feito aleatoriamente, limitando-se à vistoria de 5% de pessoas e veículos que transitam no local. Cerca de 50 mil pessoas, 15 mil veículos e 10 mil motos passam pelo local diariamente, em média.

Há dois anos, a ação conjunta da Receita e das polícias Federal, Militar e Rodoviária permitiu apreensões recordes de mercadorias e veículos. Em 2005, a Receita apreendeu US$ 62,3 milhões em mercadorias contrabandeadas, volume 86% superior ao do ano anterior. No primeiro semestre deste ano, foram apreendidos US$ 37,6 milhões, 41% a mais que no mesmo período de 2005. Os números excluem as apreensões dos órgãos policiais.

A intensificação dos controles forçou os contrabandistas a adotar novos métodos. Os ônibus praticamente foram abandonados. Tornaram-se alvo fácil dos fiscais e policiais. A reação dos contrabandistas à intensificação do cerco foi inicialmente demonstrar força, por meio de comboios que chegaram a ter até 400 ônibus, e culminou, em 2004, com o bloqueio de Foz do Iguaçu por 16 horas.

A aduana

A nova aduana tem sete pistas de rolamento – quatro para automóveis, uma para ônibus, uma para motos e uma para pedestres. Haverá agências do Banco do Brasil para recolhimento de impostos, da Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura. O primeiro controle em cada pista de rolamento será de imigração, pela Polícia Federal. Cada pista terá dilacerador de pneu para evitar fugas. Duzentos fiscais da Receita trabalharão no local e serão contratados gradualmente.

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