O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou acreditar que a candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a presidente tem potencial de crescimento e não deve ser subestimada.
, tem recomendado Lula aos ministros do PT. Um auxiliar direto dele disse que Alckmin, com jeito de "bom moço", pode surpreender na disputa. "Ele é um picolé de chuchu com tempero de pimenta",
afirmou. "É um livro em branco", observou. Hoje, a escolha de Alckmin provocou uma série de declarações de ministros. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, foi o mais irônico. "O que aconteceu? O Serra (José Serra, prefeito da capital paulista) não vai encarar?", perguntou, após participar de uma cerimônia de entrega do Prêmio Nacional de Gestão Pública, evitando qualificar qual é o melhor concorrente para o governo.
"Já tínhamos falado que não íamos escolher o adversário. Parece que o Serra não quis encarar. Então, vamos encarar o Alckmin. Vamos pra luta", avisou Bernardo, que lembrou que a campanha nem começou, mas que o governador de São Paulo "é um adversário de respeito".
O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, insistiu que Lula "é um candidato imbatível" para a reeleição, mas desejou que o PSDB "tenha sido feliz na sua escolha". Alencar acrescentou: "Precisamos de partidos mais fortes, mais bem-estruturados, pois queremos eleições democráticas e que ganhe o melhor."
Alencar destacou o fato de que o presidente, mesmo tendo enfrentado dificuldades com a crise política, continua com a popularidade alta, e isso é a "prova evidente" do valor dele. "O presidente tem uma sensibilidade social incomum, um sentimento nacional arraigado e probidade absoluta, e eu sou testemunha disso. É um candidato imbatível", assegurou.
Sobre o fato de qual dos dois candidatos, Alckmin ou Serra seria melhor para Lula enfrentar, o vice-presidente e ministro da Defesa respondeu: "Só o eleitorado pode dizer." Diante da insistência dos jornalistas sobre qual dos dois candidatos teria maior chance de ser derrotado, Alencar afirmou: "Nada temos a ver com o que acontece lá (no PSDB). Eles são maiores e vacinados e sabem o que estão fazendo." Ele não quis comentar, no entanto, a possibilidade de ser ou não candidato a vice-presidente, novamente. "Isso depende de convite e da conjuntura." Alencar reiterou que deixará o cargo de ministro no fim do mês, entre os dias 27 e 31, para poder não ficar impedido de se candidatar. Mas não sabe quem será o substituto. Questionado sobre se o ex-presidente nacional do PT Tarso Genro poderá o ser, respondeu: "Isso é com o presidente Lula. Só ele pode dize."
O deputado Paulo Delgado (PT-MG) afirmou que "o Lula era o Alckmin da campanha passada", ao se referir ao fato de que o presidente se apresentou em 2002 ao eleitorado como um candidato de centro.
Mesmo ressaltando que "não tem dúvidas de que Lula é o favorito", Delgado disse que "Alckmin é uma opção conservadora do PSDB". Para ele, "a opção é pelo centro". "Aliás, no Brasil, só se vence eleição pelo centro."
O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Carlos Wilson, depois de declarar que não se pode escolher adversário e que quem faz isso "tá muito mal", ironizou que, no PSDB, a briga é pública pelas candidaturas, ao contrário do que acontece com o PT. "O PT ainda não adquiriu experiência de brigar internamente. Todo mundo tem de soltar um documento", afirmou