Nonô arquiva pedido de impeachment de Lula

O deputado federal José Thomaz Nonô (PFL-AL), disse hoje (9), em Maceió, durante a realização do 31º Encontro de Presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais, que arquivou um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito por um cidadão que denunciou a compra de deputados durante o precesso eleição para a presidência da Câmara.

"Na condição de primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara, arquivei esse pedido porque acho que um mandato outorgado pelo povo só deve ser cassado quando o povo se conscientizar dos erros do presidente e for às ruas exigir a sua cassação", afirmou Nonô, omitindo o nome do cidadão que encaminhou o pedido de impeachment de Lula.

No entanto, Nonô afirmou que a disputa pela presidência da Câmara, vencida pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi importante porque deu para saber qual o seu valor como político. "Fiquei sabendo que a minha cotação é alta, pois o governo precisou gastar R$ 1,5 bilhão para me derrotar, além das 186 concessões de rádios comunitárias distribuídas como troco", afirmou.

Para o deputado alagoano, a crise política ainda não consumiu todo o seu estoque de escândalos. "A sociedade pode ir se preparando para ser supreendida com novas revelações, pois o partido do presidente Lula e seus aliados nos meteu na mais profunda crise política de todos os tempos", destacou Nonô, acrescentando que nem a metade das denúncias vieram à tona.

Desmoralizado

Já a senadora Heloísa Helena (P-SOL-AL) disse que o Congresso ainda não colocou em votação o processo de impeachment contra o presidente Lula porque é uma "instituição desmoraralizada". "Se o Congresso não tivesse se transformado num balcão de negócios escusos já teria votado o afastamento do presidente Lula e sua corja de delinqüentes de luxo", afirmo Heloísa.

Para ela, o certo seria a sociedade ser consultada, através de um plebiscito, se aceitaria ou não a antecipação das eleições. Segundo Heloísa, "o governo Lula já cometeu crimes suficientes para ser expulso do Palácio do Planalto". Entre os delitos relacionados pela senadora, que o governo federal teria cometido, estão os crimes eleitorais, de responsabilidade fiscal e de prevaricação.

Heloísa disse ainda que defende a refoma política, a reforma eleitoral, mas dentro de uma discussão mais ampla, e não às pressas, como estão querendo fazer. "Não dá para mexer nas regras do jogo depois do jogo iniciado", afirmou ela, defendendo a fidelidade partidária de acordo com o programa do partido e não de acordo com o pensamento do cacique político que comanda a legenda.

Joana D’Arc

Durante a abertura dos trabalhos do 31º Encontro do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, o presidente do TRE de Alagoas, desembargador Fernando Tourinho, que presidia a solenidade, disse que a senadora Heloísa Helena era a "Joana D’Arc alagoana".

Na abertura do seu discurso, Heloísa agradeceu a deferência feita pelo anfitrião do evento, dizendo que "entre vender a alma para os capitalistas e ser jogada na fogueira, não hesitaria em ser queimada viva".

As discussões sobre a reforma política foram o principal tema do encontro, que contou também com a presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Velloso. Entre os convidados estavam também os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

No encontro, magistrados, juristas, advogados e parlamentares discutiram temas ligados à reforma política, como fidelidade partidária, financiamento público de campanha, proibição de coligações nas eleições proporcionais, verticalização, prestação de contas, cláusula de barreira, voto distrital e diminuição do tempo de campanha política.

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