É condenável pelo deslavado oportunismo e quaisquer outros ângulos em que venha a ser analisada, a campanha feita pelo governo pela prorrogação do prazo, até 2011, da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e das condições atuais de partilha da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

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O governo começou a nomear para cargos importantes as indicações políticas da base, além de liberar as verbas carimbadas em emendas apresentadas pelos companheiros. Nesse caso, vão-se os anéis, mas se preservam os dedos.

Dessa forma, aquilo que deveria ser uma obrigação temporária, tem tudo para tornar-se fato perene na experiência do pagador de impostos no País que só perde para a Turquia em termos de arrocho fiscal.

O total da CPMF estimado para 2008 representa o aporte de R$ 38 bilhões na arrecadação federal, dinheiro bem-vindo para qualquer administrador público. Tanto que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou a defender a tese de que o governo não deve fazer a mínima concessão em troca da aprovação da matéria.

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Instado a explicar a súbita liberação de emendas, o ministro negou que essa seja uma manobra estratégica do governo para esticar o prazo da CPMF. Mantega afirmou que a liberação de emendas é uma prática que existe ?há séculos? no governo brasileiro. É tudo uma questão de respeitar os acordos.

O ministro liquidou a questão ao afiançar que os recursos da CPMF são indispensáveis para a manutenção do equilíbrio fiscal e a execução de projetos sociais.

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