Nojo. Mesmo não expressando por inteiro o sentimento criado no íntimo de quantos viram as cenas deprimentes do trote do histórico 20.º Batalhão de Infantaria Blindado, é a palavra que mais se aproxima da realidade.
Jovens recém-chegados a uma posição de responsabilidade perante a corporação, aos compatriotas a quem deveriam proteger por destinação constitucional e, enfim, à sociedade que lhes paga o soldo, exibem uma pletora de desvios psicológicos e morais, cuja análise perfunctória os torna absolutamente incapacitados para a prestação do serviço que escolheram.
É chocante para o cidadão comum testemunhar essa nesga de luz projetada sobre o recôndito das dependências que abrigam componentes das forças armadas do País. A demonstração de sadismo, frieza e desprezo à integridade do outro, exibidas nas imagens veiculadas pelo Fantástico, foi um coice na boca do estômago dos brasileiros.
Longe de qualquer insinuação malévola, teriam esses jovens militares, a quem se daria missões relevantes em futuro próximo, pois para isso foram treinados, assimilado também na caserna esses requintes de tortura física e psicológica como parte de seu processo de formação?
A pronta ação das instâncias superiores do Exército vazada no repúdio à insanidade desse magote de homúnculos fardados, desde já submetidos ao crivo da Justiça Militar, é a única resposta que poderia tranqüilizar a sociedade.
Em meio a tanta podridão vinda a furo nas esferas da política, só faltava essa evidência da precariedade assombrosa das instituições da República.