Os candidatos que disputam a campanha presidencial exploraram um leque variado de artifícios para cativar o eleitor nos programas de hoje nas rádios.
Candidato à reeleição, Lula listou os benefícios de seus programas assistenciais e listou diversas cifras como os 6 milhões de empregos gerados em seu governo, 4 milhões dos quais com carteira assinada, além da ascensão social de 7 milhões de brasileiros à classe média.
Defendeu que seu governo anterior promoveu desenvolvimento econômico associado à estabilidade, redução da dívida externa, e que ainda foi capaz de reduzir impostos, conjunto de realizações que seria suficiente para que o eleitorado desse a ele a chance de ?corrigir os erros e ampliar o que está bom?. Também fez uma comparação com uma obra, no sentido de construção, e que ?não deve parar na metade?.
Lula também explorou, em seu programa no rádio, a associação de sua imagem com o povo, novamente fazendo alusão à sua história pessoal, com narração afirmando que ?existem milhões de ?Lulas? circulando pelo País.
Associação
A associação ao povo também foi o mote do programa de Geraldo Alckmin, que explorou uma associação curiosa explorando a trajetória de sua família que, egressa da Europa, passou pelo oeste da Bahia, ?onde ainda tem muito Alckmin?, pelo norte de Minas Gerais, até chegar em São Paulo na geração de seu pai.
Suficiente para arrebanhar mais votos nesta região, em especial no nordeste, onde o candidato não apresenta bom desempenho.
Nas promessas de campanha, voltou a falar em saúde, uma de suas prioridades, citou sua vivência como médico e voltou a falar dos programas Dose Certa e as fábricas de remédios populares, que ele adotou na sua gestão como governador de São Paulo e que quer se eleito Presidente, expandir para o resto do País.
Ainda aproveitou para alfinetar o adversário Lula, por sua ausência no debate da Rede Bandeirantes, e falou até em segurança, prometendo atuação mais enérgica da esfera federal nesta área, com patrulhamento de fronteira e combate ao tráfico de armas, drogas e lavagem de dinheiro, um recado sutil em que mostra a parcela do governo federal nos problemas de segurança do País.
Ainda no horário reservado aos candidatos presidenciais, a candidata do PSOL Heloísa Helena atacou o setor financeiro, falando dos bancos ricos num Brasil com o povo pobre.
Prometeu, se eleita, baixar drasticamente as taxas de juros, o que permitiria injetar na economia ?R$ 90 bilhões de dinheiro ?novo? e que seriam usados na geração de novos empregos.
Retornos melancólicos?
No horário reservado aos deputados federais, o tempo curto mal dá para que candidatos apresentem seu nome, número e focos de campanha ou propostas de novas leis.
É preciso ouvido atento para guardar na memória algo que chame a atenção. Embora seja difícil ignorar candidatos de setores que busquem representação política, como o candidato Souza Vigilante que quer isonomia para os vigilantes noturnos e que coloca coletes à prova de balas para os profissionais como uma de suas plataformas eleitorais.
Há, claro, os eternos candidatos. Valdemar da Costa Neto, candidato a deputado federal pelo PL, voltou a pedir o voto dos eleitores com um pedido de desculpas. ?Aprendi na queda que podemos recomeçar depois de um tropeço,? afirmou no programa de rádio, em alusão ao seu pedido de afastamento no mandato passado pelo envolvimento no escândalo do mensalão.
Outro candidato que ?retornou? foi Paulo Maluf, que reapareceu como candidato a deputado pelo PP. O político aposta no eleitorado cativo que sempre lhe rendeu número de votos suficiente para uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas que não bastaram para garantir vitória nos sucessivos pleitos que disputou desde que deixou a prefeitura de São Paulo para o sucessor Celso Pitta, quando este assumiu o comando da maior cidade brasileira em 1997.