As baixas temperaturas que anteciparam a chegada do inverno na Argentina colocaram novamente o sistema energético do país no limite de sua capacidade. Somente nesta quarta-feira, o país deverá importar do Brasil 400 megawatts (MW). Ontem, foram importados 350 MW de energia brasileira.

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Com o aumento das vendas de estufas a gás (sistema de calefação) o consumo residencial de gás aumentou mais do que o esperado. Sem punições pesadas, poucos dão importância para o plano de uso racional de energia que o governo vem tentando implantar desde o ano passado. E para completar o quadro crítico, a atividade industrial não pára de crescer e demandar mais energia.

O acúmulo de fatores que sobrecarregam o sistema argentino tem sido administrado pelo governo com as importações de eletricidade do Brasil e com restrições ao fornecimento de gás para as grandes indústrias e o Chile. Fontes do setor revelam que o "consumo de gás está superando a capacidade contratada e autorizada pelo governo". A capacidade atual do sistema argentino é de 115 milhões metros cúbicos diários.

A falta de gás complica também as geradoras elétricas que estão utilizando outros combustíveis líquidos para gerar eletricidade. "O problema é que o rendimento das turbinas não é o mesmo com óleo diesel ou com óleo combustível", reclamou uma das fontes. As suspeitas de superfaturamento nas obras de ampliação dos gasodutos que começaram em 2005, a ausência de investimentos no setor e a falta de financiamentos complicam ainda mais o problema.

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