Nível de desemprego frustra expectativa de queda

O mercado de trabalho em maio "não apresentou um quadro favorável" de expansão de postos de trabalho e mostrou uma taxa de desemprego (10,2%) que "frustrou a expectativa", avaliou hoje o gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo Pereira. O IBGE considera a taxa de maio "estável" em relação a apurada em abril (10,4%).

De acordo com Cimar Pereira, levando em consideração a série histórica da pesquisa mensal de emprego, a expectativa era de que a taxa apresentasse recuo neste ano a partir de abril, e isso ainda não ocorreu. "Acreditamos que a crise política contornada, juros em queda e inflação controlada fossem refletir mais rapidamente no mercado de trabalho, mas isso não aconteceu" disse.

Segundo ele, isso tenha ocorrido por causa de "um compasso de espera" dos investidores, que podem estar aguardando ainda um maior estímulo da conjuntura econômica. Por outro lado, Cimar Pereira salientou que há notícias positivas na pesquisa. O aumento de 0,6% no número de pessoas ocupadas em maio ante abril com um acréscimo de 113 mil postos de trabalho, puxado por Porto Alegre e Belo Horizonte, mesmo considerado como "estabilidade", pode ser um sinal de que a ocupação vai reagir a partir dos dados relativos a junho.

Ele também destacou o crescimento do rendimento em todas as bases de comparação e, sobretudo, a continuidade do aumento da qualidade do emprego. A ocupação com carteira assinada cresceu 0 4% em maio ante abril e aumentou 3,8% em comparação a maio de 2005. Já o número de empregados sem carteira manteve-se estável (0,1%) em relação a abril e caiu 6,8% ante maio do ano passado.

Cimar Pereira disse que sua expectativa é de que a taxa de desemprego caia em junho, já que a tendência, de acordo com a série histórica, é de crescimento de geração de vagas no final do primeiro semestre.

Poder de compra

O aumento real de 7,7% no rendimento médio dos trabalhadores das seis principais regiões metropolitanas do País, divulgado hoje pelo IBGE, foi a maior variação nessa base de comparação da série histórica da pesquisa mensal de emprego, iniciada em março de 2003. Foi o 11º crescimento consecutivo nesse indicador apurado pela instituição.

Segundo Cimar Pereira, o resultado mostra que o crescimento do rendimento "está se sustentando" e mostra a recuperação do poder de compra dos trabalhadores. Na comparação ante mês anterior, o rendimento cresceu em maio (1,3%) pelo quarto mês consecutivo. Em maio, o rendimento médio nas seis regiões foi de R$ 1.027, 80 com ganho real de R$ 13,57 em relação a abril e R$ 60,18 na comparação com maio de 2005.

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