A Nissan Mercosul anunciou nesta terça-feira (19) um programa de investimentos de US$ 150 milhões para o Brasil nos próximos três anos, que inclui desde o lançamento de seis novos modelos até 2009 (todos importados), criação de um centro de engenharia, além da duplicação da rede de concessionárias e treinamento de vendedores.
De acordo com o presidente da empresa, o francês Thomas Besson, a meta é elevar as vendas no País para 15 mil unidades em 2007 e chegar a 40 mil unidades até 2009, ante as 7 mil previstas para este ano, além de um aumento de participação no mercado dos atuais 0,5% para 2,5%.
Segundo Besson, o pacote brasileiro é o segundo maior aporte programado pela Nissan no mundo para os próximos três anos, atrás apenas da Rússia, que receberá R$ 200 milhões para construção de uma nova fábrica. Ao todo a montadora investirá US$ 1 bilhão no período.
Entre os investimentos anunciados recentemente estão US$ 60 milhões para o Egito, para a construção de uma fábrica e US$ 41 milhões na China, para a construção de um novo centro de tecnologia para veículos de passeio.
Vendas
De acordo com o presidente mundial da Nissan, Carlos Ghosn, os planos da empresa são de atingir vendas de 4,2 milhões de unidades em todo o mundo em 2008, além de obter, em média, 20% de retorno sobre o capital investido durante o período do plano. "O cumprimento dessas metas está fortemente vinculado ao crescimento da Nissan em mercados emergentes e a região do Mercosul é parte crucial dessa estratégia", afirmou em vídeo, durante evento de anúncio de investimentos da subsidiária brasileira.
Em 2005 a Nissan vendeu 3,6 milhões de veículos em todo o mundo. A América Latina representou 2,3% desse volume de vendas, com participação de mercado de 2,8%. O Mercosul, nesse contexto, contribuiu com 13% das vendas.
Apesar da criação do centro de engenharia, que exigirá a contratação de cerca de 30 novos engenheiros – metade deles brasileiros e metade de profissionais do Japão -, a empresa não informou em quanto deverá elevar seu quadro de pessoal no Brasil nos próximos três anos.
Modelos
Em relação aos novos modelos que serão lançados no País nos próximos 12 meses está o utilitário esportivo Murano, que será importado do Japão e deverá chegar aos consumidores brasileiros com preço entre R$ 230 mil e R$ 250 mil.
Outro modelo é a versão atualizada do Sentra, fabricado no México, que competirá na categoria de sedãs médios e cujo preço para o Brasil ainda não foi definido. A Nissan programa também o lançamento do hatch-back Tiida, que é produzido atualmente na fábrica mexicana e que ainda não tem preço definido para o Brasil.
Para o final de 2007 está previsto o lançamento de um novo modelo de pick-up luxo (a empresa ainda não sabe se o veículo chegará com o nome de Navara, usado na Espanha, ou de Frontier, utilizado nos Estados Unidos). O modelo, que inicialmente será importado da Tailândia, é o único que tem potencial para ser fabricado no Brasil, dependendo da evolução do mercado.
Importados
Com a introdução dos novos modelos, a proporção entre os produtos fabricados localmente e importados deve mudar substancialmente. A empresa não revelou, no entanto, como deve ficar essa relação. Atualmente 85% das vendas da empresa são de modelos fabricados no País e 15% de modelos importados.
O diretor de vendas e marketing da Nissan Mercosul ressaltou que a estratégia de trazer principalmente produtos importados do México deve-se ao câmbio favorável a esse tipo de operação, além das facilidades criadas pelo acordo firmado entre o Brasil e aquele país, que permite importações com alíquota zero.
A Nissan se instalou no Brasil em 2001 com uma fábrica em São José dos Pinhais, no Paraná, com investimentos de US$ 100 milhões. A unidade, que atualmente emprega 400 pessoas, produz apenas dois modelos, o X-Terra e a Frontier. No ano passado a fábrica produziu 8 mil veículos, dos quais 4,5 mil seguiram para México, Argentina, Haiti, Paraguai e Costa Rica.