O lançamento da candidatura de Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Câmara não deve atrapalhar o acordo entre PT e PSDB na Bahia. Apesar do recuo dos tucanos em Brasília, deixando assim, de apoiar em bloco a candidatura do líder do governo, Arlindo Chinaglia, no Estado governado pelo petista Jaques Wagner a presidência da Assembléia deverá mesmo ficar com o tucano Marcelo Nilo.
"Brasília não tem nada a ver com a Bahia", reagiu Nilo ao comentar o lançamento da candidatura de Fruet. O tucano, porém, negou insistentemente a existência de um acordo entre o PT de Wagner e o PSDB. "Nunca houve uma conversa sobre isso", disse Nilo, numa referência ao noticiário sobre o acordo que garantiu o apoio inicial dos tucanos a Chinaglia em Brasília em troca da adesão por petistas ao nome dele na Bahia. "Fui escolhido candidato porque a base me indicou", disse Nilo.
Sobre a disputa em Brasília, Nilo – ligado ao líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA) -, esquivou-se. "Eu não me meto nisso não. Cada um com os seus problemas", disse.
Nilo tem como concorrente na disputa pelo Legislativo baiano o deputado estadual Jurandy Oliveira (PRTB), que disse ser de conhecimento coletivo o acordo entre petistas e tucanos. "O Nilo só está disputando a presidência da Assembléia por causa da negociação de Brasília. Ele não representa o Legislativo. É a minha candidatura que é a voz da Casa, do parlamento", retrucou Oliveira.
Contabilizando o apoio de 26 dos 63 deputados, Oliveira disse acreditar em sua vitória, com ou sem a manutenção do acordo entre petistas e tucanos na Bahia. "O voto é secreto. E voto secreto é sempre uma surpresa", anotou. "Honestamente, acho que o lançamento do Fruet não mela o acordo, não. Está tudo muito consolidado", prosseguiu.