O secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse hoje na CPI da Terra, no Senado, não haver dúvidas do envolvimento do empresário Adriano Chafik, no assassinato de cinco sem-terra, no último sábado, no município de Felisburgo (MG). Segundo ele, Chafik já havia feito várias ameaças aos sem-terra, mesmo depois de ter negado na Justiça o direito de reintegração da posse de sua fazenda, onde os trabalhadores do MST estavam assentados.
Nilmário defende uma posição exemplar para este caso "premeditado e de uma selvageria sem tamanho". O depoimento do secretário na CPI da Terra demorou a ter início, porque os deputados aliados ao governo tentaram obstruir a sessão, a fim de convencer o presidente da Comissão, senador Álvaro Dias (PSDB-PR) a anular a audiência pública em que foram quebrados os sigilos bancários e fiscais de duas entidades ligadas ao MST: a Confederação Brasileira das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab) e a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca). O MST tentou impedir a quebra dos sigilos no Supremo Tribunal Federal. No caso da Concrab o pedido foi rejeitado pelo ministro do STJ, Gilmar Mendes. Já no caso da Anca o pedido ainda está sendo examinado pelo ministro Joaquim Barbosa.