O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, disse não acreditar que o assassinato do trabalhador Adalberto Xavier Leal, ocorrido no último domingo, tenha sido motivado por vingança. Xavier trabalhava para o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang.
A polícia investiga a possibilidade de o crime, ocorrido um dia após a morte da religiosa, estar relacionado à vingança de pessoas ligadas à missionária. "Pelo que eu conversei com pessoas, inclusive citadas como possíveis agressores, não vi a menor possibilidade de uma ação de retaliação", afirmou Nilmário, ao acrescentar que o trabalho da polícia é investigar todas as hipóteses.
Para o ministro, uma das possibilidades que devem ser apuradas é a de queima de arquivo. "Quem matou o Adalberto é gente ligada ao Tota", disse Nilmário, referindo-se a Amauri Segove, que seria o intermediário do assassinato de Dorothy Stang. A Justiça paraense decretou a prisão dos dois suspeitos de envolvimento na morte da freira, assim como de dois pistoleiros que teriam participado da emboscada.
A missionária foi morta a tiros no sábado (12), no município de Anapu (PA). O crime ocorreu quando ela se dirigia a um encontro em que iria organizar um mutirão para construir um salão comunitário no assentamento Esperança, situado a 45 quilômetros de Anapu, onde residia há 27 anos.