Derrotado na disputa para o Senado, o ex-governador de Minas, Newton Cardoso, disse hoje que vai "lutar" para que o PMDB mineiro continue ao lado presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição nacional. "Tenho impressão de que o PMDB deve continuar apoiando a campanha do presidente Lula no Estado. Vou lutar por isso, vou ser coerente na hora dessa decisão", disse o ex-governador, cuja aliança com os petistas em Minas ainda gera grande polêmica.
Os petistas consideram bem-vindo o apoio dos peemedebistas. Porém, o coordenador da campanha de Lula no Estado, o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, já trabalha para dissociar Newton do presidente, candidato à reeleição. Segundo ele, o ex-governador tem uma rejeição muito alta, principalmente na capital mineira. "É constatado isso. Eu sou o prefeito, conheço a cidade. Ele tem uma rejeição alta, ele pesou na nossa chapa", afirmou Pimentel, em entrevista à TV Assembléia. "Isso tudo contribuiu para que nós tivéssemos em Belo Horizonte um resultado (na eleição presidencial) pior do que nós gostaríamos".
O prefeito e setores do PT avaliam que a coligação com PMDB na disputa estadual até o momento não foi vantajosa para o partido. Além da derrota na disputa pelo Senado – foi eleito o candidato do PFL, Eliseu Resende, que contou com o apoio do governador reeleito, Aécio Neves (PSDB) -, e do incômodo e constrangimento em dividir o palanque com um inimigo histórico, as bancadas federal e estadual petista ficaram reduzidas em relação a 2002.
"Quero crer que os companheiros do PMDB vão se empenhar na eleição do presidente Lula com grande garra, determinação para mostrar que a aliança PT-PMDB foi vantajosa. Até o momento não foi, pelo balanço que fizemos, mas nós temos um segundo turno. Podemos reverter essa avaliação".
Newton, no entanto, já faz planos para participar efetivamente do segundo turno presidencial. Ele disse que pretende dar algumas sugestões ao candidato derrotado ao governo de Minas, o ex-ministro Nilmário Miranda, que foi reconduzido hoje à presidência do PT mineiro. "O presidente Lula deve visitar mais o Estado, porque todos os programas sociais que o Aécio tem vieram de Brasília", afirmou o ex-governador, que convocou a imprensa para afirmar que o "newtismo está vivo".
Ele atribuiu sua derrota nas urnas ao que chamou de "profundo abuso da máquina pública" por parte do Palácio da Liberdade em favor do candidato do PFL.
