O eleitor fluminense ratificou a decisão da juíza Jacqueline Montenegro do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que dera voto favorável à impugnação da candidatura a deputado federal do presidente do Vasco, Eurico Miranda (PP). Os argumentos dela não prevaleceram no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a derrota de Eurico veio nas urnas. Ele obteve 30 mil votos, muito pouco para quem tentava voltar ao Congresso. Ficou com a segunda suplência do Partido Progressista no Rio.

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Eurico já era dono de um currículo polêmico antes de começar sua trajetória política em 1994, como deputado federal pelo Partido Progressista Brasileiro (PPB). Como dirigente esportivo, envolveu-se em outras confusões e coleciona hoje quase uma dezena de processos nas esferas criminal e cível – a maioria relacionada à sua passagem pelo clube carioca. Responde por falsidade ideológica, sonegação fiscal, evasão de divisas, apropriação indébita, entre outros crimes.

A vida pregressa de Eurico Miranda foi o que levou Jacqueline Montenegro a tentar evitar sua eleição para a Câmara. Ela baseou-se na "exigência constitucional de conduta ilibada" dos candidatos.

O dirigente esportivo foi alvo também de várias denúncias no relatório final da CPI do Futebol, em 2001. Acusado de enriquecimento ilícito por suas atividades no clube, do qual integra a diretoria desde 1967, acabou responsabilizado no documento por "uma verdadeira pilhagem dos cofres do Vasco em benefício próprio" – quantia superior a R$ 20 milhões.

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O processo favorável a Eurico no TSE abriu precedente para que parlamentares envolvidos no esquema dos Sanguessugas também pudessem concorrer livremente no pleito de domingo. O presidente do Vasco tem agora um novo problema. Seu adversário na eleição do clube, em novembro, é Roberto Dinamite, que acaba de ser reeleito no Rio como deputado estadual pelo PMDB.