Negócio sujo

O churrasco de muitos brasileiros pode estar sendo assado com carvão vegetal contrabandeado do Paraguai. A denúncia foi feita em Assunção pelo ministro do Meio Ambiente do país vizinho, Alfredo Molinas, que garante possuir dados concretos sobre o corte ilegal de árvores e sua transformação em carvão vegetal.

Segundo o ministro, compradores brasileiros ingressam em território paraguaio e oferecem preços tentadores pela mercadoria, estimulando as derrubadas. As áreas fronteiriças já foram totalmente dizimadas e, assim, os produtores de carvão têm-se infiltrado em departamentos mais distantes.

Como se observa, a ação predadora de comerciantes inescrupulosos saltou a fronteira de um país com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas, não raro estremecidas pela prática do contrabando na Ponte da Amizade e em inúmeros pontos da represa de Itaipu, para introduzir uma modalidade inusitada: o tráfico de carvão vegetal!

Uma bolsa de 17 quilos de carvão vegetal produzido no Paraguai é comprada por 2,3 mil guaranis (37 centavos de dólar), mas ao entrar no Brasil tem triplicado esse valor. Além do infame trocadilho quanto à sujeira do negócio, o contrabando de carvão na fronteira com o Brasil levou as autoridades a liberar os carregamentos num único ponto, a fim de facilitar a verificação dos documentos.

Os que auferiram lucros fáceis com o carvão guarani literalmente estão pisando em brasas.

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