A atual rodada de negociações entre os países que compõem a Organização Mundial do Comércio (OMC) deveria ter sido lançada na 3ª Conferência Ministerial, realizada em Seattle (EUA), em 1999. O encontro na cidade norte-americana acabou, no entanto, sendo suspenso por impasses nas negociações e pelas intensas manifestações da sociedade civil. A chamada rodada do desenvolvimento foi, então, finalmente lançada em 2001, em Doha (Catar) com a ambiciosa missão de estabelecer regras mais justas de comércio que favoreçam países em desenvolvimento, principalmente com a revisão dos subsídios agrícolas oferecidos por países desenvolvidos a seus agricultores e as subvenções pagas como estímulo à exportação.

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A nova rodada, que deveria durar 3 anos e foi prorrogada até 2007, estabeleceu uma agenda negociadora muito ampla que não avançou na 5ª Reunião Ministerial em 2003, em Cancun (México). Em julho de 2004, foi aprovado um conjunto de diretrizes e orientações para o prosseguimento das negociações da Rodada Doha nos principais temas da agenda: agricultura, acesso a mercados em bens não-agrícolas (Nama), facilitação de comércio, questões de implementação, tratamento especial e diferenciado e serviços.

O motor da Rodada, no entanto, é a agricultura, pois é nesta área que os países em desenvolvimento apresentam maior potencial de competitividade no mercado mundial. A União Européia, por sua vez, é o maior importador mundial de produtos agrícolas. Os países em desenvolvimento pedem melhores condições de acesso aos mercados internacionais, mediante a redução de tarifas. "Naturalmente os outros países falaram que a rodada não é só agricultura, mas acho que estão compreendendo que, se você não tiver números dentro de agricultura, também não terá números nas outras áreas", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao final de uma reunião com Estados Unidos, União Européia, Japão, Austrália e Índia, na noite de ontem (12).

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