Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Distrito Federal estão reunidos, desde às 15 horas, com o Superintendente Nacional de Desenvolvimento Agrário do INCRA, Carlos Guedes. Na pauta, há oito pontos de negociação e o principal deles é o assentamento imediato de duas mil famílias que estão acampadas em condições sub-humanas há mais de quatro anos. Antes do início da reunião, Guedes chegou a afirmar que não será possível assentar as duas mil famílias imediatamente, e que a proposta a ser apresentada seria a de assentar 1.800 até o final do ano.
O representante regional do MST, Rildo Antônio de Oliveira, disse que o movimento não vai ceder. Ele alega que há cinco mil famílias acampadas há mais de quatro anos e que não dá para permanecer o impasse.
Durante a manhã os trabalhadores sem terra fizeram uma passeata na Estrutural, cidade próxima a Brasília, para denunciar a grilagem de terras no Distrito Federal. Rildo Oliveira denunciou que há mais de 250 mil hectares de terras da União nas mãos dos grileiros. ?Essas terras são do povo e devem ser revertidas para a reforma agrária?, disse.
O superintendente nacional de desenvolvimento agrário do INCRA, Carlos Guedes, reconheceu o problema e adiantou que os imóveis grilados que estão em disputa judicial serão destinados para esse fim. ?Há condições de assentar sete mil famílias aqui no DF com os imóveis que estão tramitando na superintendência regional. Além disso, faz parte do Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária o cadastro de todos os imóveis rurais, a fim de identificar os que estão em áreas públicas?, disse.
Os sem terra devem permanecer reunidos com os representantes do Incra até o final da noite, segundo informou a assessoria de imprensa do Incra.
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