Negociações com Bolívia vão muito bem, diz Rondeau

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, avaliou hoje que as negociações entre o Brasil e a Bolívia caminham "extremamente bem", ignorando as acusações do presidente da estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado, de que a Petrobras fez sabotagem após a unidade de distribuição do grupo interromper a exportação de diesel para a Bolívia.

Rondeau argumentou que sua classificação otimista das negociações deve-se ao fato de que, "no início, houve uma sensação de que havia desentendimento entre as partes, a Petrobras dizia uma coisa e a Bolívia outra. Mas agora estamos falando a mesma linguagem". Segundo ele, a Bolívia já admite que para cumprir "o decreto soberano de nacionalização, que atinge os ativos da refinaria, precisa, em algum momento, de uma regulamentação". Ele opinou que "pode ser uma portaria, uma lei complementar, todos os mecanismos legais que permitam que a Bolívia e a Petrobras cumpram de forma legal o que está no decreto".

O ministro desmentiu versões da imprensa argentina de que o Brasil estaria negociando com a Bolívia de comum acordo com a Argentina ou que teria pedido ao governo de Néstor Kirchner não anunciar um acordo com a Bolívia antes que o Brasil feche o seu. "Não estamos trabalhando de forma fechada para pressionar o mercado a, b ou c", afirmou durante entrevista aos correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde desembarcou ontem à noite para uma reunião hoje de manhã com o ministro de Planejamento, Julio De Vido. No entanto, Rondeau admite uma constante consulta entre ele e o colega argentino.

"O que existe é um relacionamento muito bom entre o De Vido e eu. Trocamos telefonemas se vou à Bolívia ou ele vem ao Brasil, nos falamos e nos colocamos a par", contou. Rondeau explicou que se reuniu com De Vido para discutir várias questões relacionadas "à integração energética da região". O ministro disse que perguntou sobre as negociações entre a Argentina e a Bolívia e vice-versa. "Ele me relatou que enviou uma equipe técnica à Bolívia, mas que continua negociando e que a Argentina não tem um contrato firme, ao contrário de nós, que temos um contrato firme que vai até 2019", destacou.

Segundo o ministro, a "orientação que nós temos dado à Petrobras é que negocie dentro do contrato" e as negociações, até ontem, data da segunda reunião do grupo técnico encarregado de discutir o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos, "têm andado muito bem", repetiu. "Parece que agora nós estamos falando a mesma linguagem e estamos apostando de uma forma muito otimista no resultado dessas reuniões técnicas que estão ocorrendo", insistiu o ministro.

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