O ministro da Saúde, Saraiva Felipe, afirmou que deve concluir em um mês as negociações com os laboratórios estrangeiros que produzem medicamentos para o tratamento de aids.
A intenção é reduzir os preços dos produtos Lopinavir/Ritonavir (Kaletra) do Laboratório Abbott, Efavirenz do Laboratório Merk e Tenofovir do Laboratório Gilead.
"Não estou falando ainda em quebra de patentes porque estamos em processo de negociação mas, se não houver flexibilidade, podemos até chegar a isso", disse o ministro. Há pelo menos dois anos o governo vem tentando acordos com as empresas farmacêuticas. Uma cápsula do Kaletra custa hoje ao Brasil US$ 1,17. Se o medicamento fosse produzido aqui, custaria US$ 0,41.
Saraiva Felipe afirmou que os laboratórios estão tentando conseguir do governo federal preços máximos para os produtos, enquanto o ministério tem que trabalhar com valores adequados para atender a 166 mil pacientes tratados com 17 tipos de anti-retrovirais (oito nacionais e nove importados).
Segundo a assessoria de imprensa do Programa DST-Aids, do Ministério da Saúde, os anti-retrovirais consomem 70% dos gastos do ministério com medicamentos para o tratamento da Aids. Em 2004, o ministério gastou R$ 621 milhões na compra desses medicamentos. Para este ano, o orçamento prevê a aplicação de R$ 560 milhões, mas o ministério avalia que será necessária a suplementação de recursos para atingir o gasto de R$ 1 bilhão.
Seis laboratórios oficiais nacionais participam da produção de medicamentos para o tratamento da aids: da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Industria Química do Estado de Goiás (Iquego), da Fundação para o Remédio Popular (Furp), Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas (Lifal), Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) e da Fundação Ezequiel Dias (Funede).