O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (6) que a negociação do preço do gás boliviano exportado para o Brasil tem que chegar a um preço "justo e viável". Segundo o ministro, as negociações em torno do preço do gás são complexas porque além do contexto político, é necessário considerar também elementos técnicos.
"Não posso dizer qual é o preço de mercado porque é um gás que vem da Bolívia para o Brasil. Agora, [tem que ser considerado] qual o preço viável, que torne o empreendimento viável. Pode ser que o preço justo para a Bolívia seja de US$ 8 (pot BTU, unidade de medida térmica) a esse preço se torna inviável, é melhor fechar o gasoduto", disse Amorim após participação nesta terça-feira (6) na Assembléia do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O ministro ressaltou que a eleição de Evo Morales foi boa para o Brasil, apesar de afirmar que, s vezes, o governo daquele país "sofre de uma certa crise de atitudes adolescentes". "Na realidade, a eleição do Evo Morales, independentemente, de ser boa para a Bolívia é boa para nós. Essa é a única maneira de zelar por uma maior estabilidade na Bolívia e isso é bom para o Brasil, sem falar na solidariedade, naturalmente", argumentou.
"Agora, eu acho também que, s vezes, é um governo que ainda sofre de uma certa crise de atitudes adolescentes. Então temos que lidar com isso. Às vezes, como se lida com adolescentes para não provocar uma situação de ruptura desnecessária", completou Amorim.
Celso Amorim disse ainda que o Brasil conseguiu uma "boa negociação" com a Bolívia em relação exploração do gás, após o decreto de nacionalizaçao dos ativos e reservas das petrolíferas estrangeiras no país no dia 1º de maio do ano passado. Contudo, o ministro enfatizou que novos entraves podem surgir.
"Conseguimos uma boa negociação em um problema que parecia muito difícil, que foi a questão da exploração do gás, mas os problemas vão surgindo. A pauta hoje com a Bolívia é uma pauta muito cheia de dificuldades. Vai desde a reforma agrária, até as hidrelétricas, madeira, passando naturalmente pela questão do gás como preços", disse.