Navio com 50 mil t de petróleo é alvo de protesto do Greenpeace

Ativistas do Greenpeace voltaram a destacar hoje a ameaça de navios petroleiros pouco seguros aos oceanos do mundo. Os ativistas escalaram o agora famoso Byzantio, um navio de 26 anos com um único casco, que transportava 50.000 toneladas de óleo combustível, e penduraram uma faixa dizendo “Perigo oleoso”. Outros ativistas pintaram as mesmas palavras no casco do navio.

O protesto de hoje coincide com os preparativos para a reunião do Conselho Europeu de Ministros de Transporte, Energia e Telecomunicações, que acontece em Bruxelas, na próxima sexta-feira. Espera-se que eles anunciem medidas para aumentar a segurança marítima a fim de reduzir o risco de acidentes. Nos dias 12 e 13 de dezembro, será a vez dos Chefes de Governo da União Européia se encontrarem para discutir a questão da segurança marítima.

Ontem, a Comissão Européia pediu que os estados-membro acelerem a implementação das medidas de segurança adotadas depois do vazamento de óleo do navio Erika, há três anos. Mas, para o Greenpeace, essas medidas não são suficientes para prevenir outro desastre. A Comissão Européia também publicou uma lista de 66 navios que foram classificados como “altamente perigosos”. Ironicamente, nem o desastroso Prestige e nem o Byzantio aparecem nessa lista.

“Quando é que os políticos vão acordar e perceber que acabar com essa bagunça vai além de meras sugestões?”, disse Marietta Harjono, do Greenpeace. “Agora é a hora de os governos europeus agirem e acabarem com os prejuízos e danos causados por essas lixeiras antigas aos oceanos. Este é o momento para a implementação imediata de medidas efetivas de segurança.”

O Greenpeace pede responsabilização total e ilimitada para todos os envolvidos nesses acidentes, desde donos, gerentes e operados da embarcação até os donos da carga. Além disso, o Greenpeace pede que a União Européia implemente um banimento imediato do uso de navios de casco simples e uma exclusão das áreas ecologicamente sensíveis das rotas de passagem de navios.

Ao mesmo tempo em que alguns ativistas protestavam em Roterdã, outro grupo de manifestantes na Suíça, mandou sua mensagem à Crown Resources, a empresa que contratou o Prestige e o Byzantio. “Limpe sua sujeira agora” indica que a empresa contratante também deve ser responsabilizada pelo desastre ecológico causado pelo Prestige.

Na sexta-feira (29), o Greenpeace começou a denunciar a passagem do Byzantio pela mesma rota feita pelo Prestige, que partiu-se ao meio e afundou na costa espanhola em meados de novembro. Ativistas do Greenpeace atrasaram a partida do Byzantio no porto de Tallinn, na Estônia, por cinco horas. Dois dias depois, ativistas do Greenpeace a bordo de barcos infláveis acompanharam o navio em sua passagem pelo Canal Kadett, na Dinamarca, chamando a atenção do mundo sobre o perigoso carregamento ao pendurar faixas dizendo “Perigo” no casco do navio.

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