As investigações feitas pela Polícia Federal na Operação Navalha transformaram a política maranhense em um cenário confuso e de múltiplos perdedores. Alguns dos principais líderes estaduais, como o governador Jackson Lago (PDT) e o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), foram envolvidos diretamente nas acusações de supostamente terem participado do esquema de fraudes em licitações de obras públicas. José Reinaldo chegou a ser preso, enquanto Lago viu dois de seus sobrinhos também irem para a cadeia por conta das suspeitas levantadas pela Polícia Federal.

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O escândalo poderia trazer fôlego para o grupo do senador José Sarney (PMDB-AP), que tinha se enfraquecido depois da derrota de sua filha, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), para Lago na eleição do ano passado. O problema é que o grupo de Sarney também foi atingido pelas investigações. Principal indicação do ex-presidente para a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, acabou obrigado a pedir demissão do cargo pelas suspeitas de que poderia ter recebido uma propina de R$ 100 mil para facilitar a atuação irregular da Construtora Gautama. Rondeau nega a participação no esquema, mas ficou sem condições políticas de permanecer no posto.

Mesmo ganhando o direito de indicar o sucessor de Rondeau para o ministério, Sarney passará a administrar também um grande desgaste por conta da Operação Navalha. Em 2002, seu grupo já sofrera um pesado golpe com o caso da empresa Lunus, pertencente a Jorge Murad, marido de Roseana, na qual uma diligência da PF encontrou R$ 1 milhão em dinheiro vivo, sem explicações para a origem desse montante. Embora Roseana tenha sido isenta de irregularidade posteriormente, na ocasião o caso custou sua candidatura presidencial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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