Mais corpos apareceram boiando depois do naufrágio de um navio utilizado por traficantes de seres humanos na costa do Iêmen, elevando o total de mortos a pelo menos 112, informaram nesta sexta-feira (16) autoridades iemenitas.

continua após a publicidade

A embarcação clandestina fazia parte de um grupo de quatro barcos com imigrantes ilegais que fizeram uma traiçoeira viagem noturna entre o Chifre da África e o Iêmen, disseram um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) e um defensor de direitos humanos.

O navio transportava principalmente imigrantes somalis e etíopes. O naufrágio aconteceu na noite de segunda-feira. Quando perceberam o acidente, os traficantes dos outros barcos ordenaram aos passageiros que pulassem no mar para que eles pudessem retornar ao ponto de partida, disse o defensor dos direitos humanos. O ativista, cujo grupo ajudou os sobreviventes conversou com a imprensa sob condição de anonimato e não revelou o nome do grupo para o qual trabalha para evitar problemas com o governo local.

Pelo menos 169 sobreviventes chegaram à costa iemenita, alcançando a terra firme na província de Shabwa, ao leste de Áden, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Corpos também começaram a aparecer boiando nas praias da região. Os cadáveres resgatados foram sepultados em valas comuns. Alguns corpos estavam mutilados porque as ondas os lançaram contra as pedras, disse um morador de Shabwa contactado por telefone pela Associated Press.

continua após a publicidade

Em Genebra, Ron Redmond, porta-voz do Acnur, disse que a entidade confirma o sepultamento de 107 corpos, mas um funcionário do governo local disse que o número de mortos já se encontra entre 112 e 115.

Muitos sobreviventes contaram que fugiram da Somália por causa da violência que assola o país. Todos os anos, milhares de etíopes e somalis arriscam-se em viagens clandestinas à Península Arábica em busca de uma vida melhor, muitos deles almejando chegar à Europa. Segundo dados do Acnur, 27 mil pessoas de países do Chifre da África fugiram para a Península Arábica no ano passado, mas centenas morreram na perigosa travessial.

continua após a publicidade