A garota indígena da etnia apurinã, de nove anos, internada desde abril em uma maternidade de Manaus, deu à luz uma menina de 2,2 quilos e 42 centímetros ontem. A cesariana, prevista para a sexta-feira, foi antecipada pela médica Christiane Rodrigues Marie porque a garota teve contrações e entrou em trabalho de parto.

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"A situação em que a menina chegou aqui sugeria um prognóstico ruim, mas a gestação de altíssimo risco evoluiu de maneira excelente e o parto nos impressionou", afirmou a médica. A gravidez completaria 38 semanas amanhã. A mãe e o bebê ainda deverão permanecer na maternidade por um período de 30 a 45 dias e depois retornarão à comunidade Jaturana, em Manacapuru, a 120 quilômetros de Manaus.

De acordo com nota da Fundação Nacional do Índio (Funai), a garota deverá ser encaminhada "aos cuidados da comunidade e do pai da criança". Em contato telefônico, a assessoria da Funai informou que relatório de uma antropóloga ao Ministério Público Federal aponta um provável pai para a criança. A Polícia Federal contudo, está investigando se a garota foi estuprada. A etnia considera natural que meninas tenham relações sexuais assim que menstruam, mas não é favorável ao estupro.

A garota grávida foi descoberta por uma equipe de trabalho do programa de Desenvolvimento Sustentável do Gasoduto Coari-Manaus em abril. A menina tinha malária, pneumonia e anemia. Foi internada em Manaus e depôs na Polícia Federal e no Ministério Público Federal.

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